Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
SBT ficará sem Champions? Qual impacto Superliga pode ter na TV brasileira
O anúncio da criação de uma Superliga com 12 clubes da Europa pode mudar a estrutura do futebol mundial. A competição, sem rebaixamento e com vagas cativas para Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Milan, Juventus, Inter de Milão, Manchester City, Manchester United, Chelsea, Liverpool, Arsenal e Tottenham, pode ter impactos nos direitos de transmissão da televisão, inclusive aqui no Brasil.
Recentemente, contratos de transmissão para as próximas temporadas (2021/2022 a 2023/2024) da Liga dos Campeões da Uefa foram assinados em grande parte do mundo. No Brasil, SBT (TV aberta) e TNT Sports (TV por assinatura e streaming) compraram a competição. As duas aceitaram pagar o valor alto pedido pela Uefa com a garantia de que jogos com gigantes europeus vão acontecer - e consequentemente, gerar audiência e faturamento.
Esse é o primeiro possível impacto da Superliga na TV brasileira. Se os 12 clubes abandonarem a Liga dos Campeões, ela perde valor de mercado na televisão, e o dinheiro pago anualmente para a UEFA pode ser questionado pelos seus clientes em todo o mundo. Afinal, se a Champions é valiosa do jeito que é, a culpa é dos contratos milionários de TV.
É difícil crer que os clubes vão conseguir viabilizar a realização da Superliga para setembro deste ano devido ao litígio. Imagina-se que, pelo menos por enquanto, eles estão confirmados na Champions League 2021/2022. Mas e em 2022/2023?
O problema é o futuro. As empresas valorizariam a Champions tanto assim sem os gigantes da Europa? No médio e longo prazo, a influência pode ser forte. Se sair do papel, a Superliga prevê receita de televisão na casa dos 4 bilhões de euros ao longo do tempo (R$ 26,9 bilhões na cotação atual) de acordo com estimativas da imprensa europeia.
Esse valor é o mesmo do financiamento que os clubes dizem ter para o início da liga, feito em acordo com o banco JP Morgan. O montante seria distribuído da seguinte forma: 65% para os clubes fundadores, 20% por méritos esportivos na competição e 15% para distribuição comercial.
Os clubes da Superliga receberiam ao menos cerca de 60 milhões de euros pela participação. Segundo fontes de veículos europeus de boa credibilidade, o campeão da Superliga pode ganhar valores que vão de 250 a 400 milhões de euros, mais que o dobro do que ganha atualmente o vencedor da Liga dos Campeões. Segundo vários meios de comunicação italianos e franceses, a plataforma de streaming DAZN e a Disney, nos bastidores, já estariam interessadas nos direitos.
Porém, a mais importante mudança na venda dos direitos de TV que a Superliga pode trazer é o envolvimento direto dos clubes, algo que não acontece com a Liga dos Campeões hoje. A "área vip dos gigantes" contempla a criação de uma empresa fundada na Espanha, a SLCo, com participação em partes iguais dos clubes fundadores e da qual dependeriam duas outras empresas subsidiárias.
Uma, também criada em solo espanhol, a SL SportsCo, se dedicará à gestão da competição. A outra, fundada na Holanda, tem o nome de SL MediaCo e venderá os direitos de televisão. Ou seja, os clubes não teriam intermediários na divisão do dinheiro, o que é o objetivo final.
Procurados pela coluna, SBT e TNT não quiseram se pronunciar sobre o assunto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.