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Leclerc lidera sexta e mostra que cabeça boa talvez seja sua melhor arma
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Leclerc passou os últimos dias recluso. Tentou relaxar, esquecer a imensa frustração de Paul Ricard, mudar o foco para a Hungria, abraçar a nova filosofia ferrarista de pensar num GP após o outro.
Cinco dias após uma das maiores decepções de sua carreira, parece ter conseguido. Não mostrou abatimento ao pisar no Hungaroring. E terminou a sexta-feira na frente.
O monegasco cravou 1min18s445 na segunda sessão de treinos para o GP da Hungria, 13ª etapa do Mundial. Valeu pela volta por cima, mas não é exatamente uma novidade.
É a quarta etapa seguida que começa com domínio da Ferrari. Aconteceu o mesmo em Silverstone, Spielberg e Paul Ricard. O desafio do time é fechar o domingo na mesma posição.
Norris foi o segundo colocado no segundo treino, a 0s217 do ferrarista. Sainz, Verstappen Ricciardo vieram na sequência. Alonso, que completa 41 anos nesta sexta, ficou em sexto. Pérez, companheiro do holandês na Red Bull, conseguiu apenas o nono tempo.
A Mercedes foi discreta: Russell ficou em oitavo, com Hamilton em 11º _ambos reclamaram muito do equilíbrio do W13
Pela manhã, a liderança também foi da Ferrari, mas com Sainz: 1min18s750. Verstappen foi o segundo, a 0s130, seguido por Leclerc, Norris, Russell, Pérez e Hamilton.
O que dá para inferir do primeiro dia no Hungaroring?
Que a Ferrari está muito rápida, embora saibamos que isso não significa muito para a corrida. Que a McLaren pode ter encontrado um bom acerto para o fim de semana. Que Pérez está cada vez mais descolado do seu companheiro. Que a Mercedes deve ter outro GP de espera pelos azares dos concorrentes.
E que Leclerc tem uma boa cabeça.
"O debriefing de Paul Ricard foi certamente muito difícil. O clima não estava bom. Assim que a reunião acabou, ele foi pra casa e lá ficou, tentando relaxar. Agora ele está de volta. Virou a página, está rápido e em grande forma", disse Binotto, o chefe da Ferrari, o mesmo que espinafrou o piloto nas primeiras entrevistas após o GP da França.
O monegasco contou um pouco do que fez nos últimos dias. "Minha mãe e meu irmão foram me visitar na segunda-feira. Alguns amigos foram me ver na terça. Vi muito esporte na TV e foi isso, todos os dias", relatou.
Questionado sobre a disputa do Mundial e as chances de conquistar seu primeiro título nesta temporada, foi direto: "Vou seguir acreditando até o fim".
No começo do ano, depois das três primeiras etapas do campeonato, Leclerc chegou a abrir 46 pontos para Verstappen. Aconteceram, então, dois movimentos simultâneos: a Red Bull parou de quebrar e a Ferrari começou a jogar pontos fora com problemas nos carros, erros de estratégia e de pilotagem.
Verstappen assumiu a liderança na sexta etapa, em Barcelona. Agora, seis corridas depois, tem 63 de vantagem para Leclerc e, matematicamente, pode ser bicampeão nesta temporada mesmo que não vença mais nenhum GP.
A força mental de Leclerc vai ter de ser potente.
Talvez seja sua melhor arma agora.
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