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Red Bull escorrega, mas Verstappen vence com pilotagem impecável
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A Red Bull errou na estratégia. Foi precipitada, apressadinha demais. Mas Verstappen foi impecável. Suportou a pressão da Ferrari de Sainz, manteve a frieza, tirou tudo do carro... Conseguiu! Venceu o GP do Canadá e viu sua vantagem no Mundial de Pilotos dar um salto.
Seus perseguidores na tabela tiveram um fim de semana complicado. Pérez saiu em 13º e abandonou, Leclerc largou em 19º e cruzou em quinto. Com o resultado, a folga do holandês para o mexicano subiu de 21 para 46 pontos. O bicampeonato começa a tomar forma.
É sua sexta vitória no ano, a primeira no circuito Gilles Villeneuve, a 26ª na carreira. Torna-se, assim, o nono maior vencedor da história, superando dois mitos do automobilismo: Lauda e Clark.
Sainz foi o segundo colocado, Hamilton ficou em terceiro _seu segundo pódio no ano, um respiro em meio a um campeonato infernal. Russell e Leclerc fecharam o top 5.
Foi um belo domingo em Montréal, céu azul, 20°C no ar, 31°C no asfalto.
Verstappen não quis dar brecha para Alonso na largada. Acelerou forte, contornou a primeira curva na frente. Todo mundo se comportou, foi um começo de GP tranquilo.
O top 10 ao fim da primeira volta tinha Verstappen, Alonso, Sainz, Hamilton, Magnussen, Ocon, Russell, Schumacher, Ricciardo e Zhou. Leclerc, que saiu em 19º, passou em 18º.
Na segunda volta, o holandês já tinha 1s2 sobre o espanhol. Na quarta, Sainz abriu o DRS e passou o compatriota. Alonso passou então a ficar na mira de Hamilton.
A missão de Sainz era clara: acelerar ao máximo e não deixar o líder sumir à sua frente. Era o que vinha fazendo até que, na oitava volta, o GP deu uma leve agitada.
"Perdi o motor. Não consigo trocar a marcha", disse Pérez pelo rádio, arrastando a Red Bull #11 até a área de escape da curva 8.
Safety car virtual! Red Bull e Mercedes optaram por antecipar os pit stops de Verstappen e Hamilton. Os dois entraram e colocaram pneus duros para ir até o fim da prova, decisão que se mostraria errada, precipitada.
Pela quarta vez no ano, Sainz assumiu a liderança de um GP. Alonso ficou em segundo. Verstappen caiu para terceiro, seguido por Russell e Hamilton. Mais atrás, Leclerc continuava a escalar o pelotão com sua Ferrari de pouca asa: na oitava volta já era o 13º colocado.
Com um carro muito mais rápido, não demorou para Verstappen encostar em Alonso. Na 15ª, ultrapassou o espanhol como quem passa manteiga no pão quente. Fácil, fácil... Era questão de tempo para que retomasse a liderança da prova.
Na 19ª, Albon abriu a janela "normal" de pit stops. Na volta seguinte, Schumacher abandonou no mesmo ponto de Pérez. Novo safety car virtual, e agora muito mais gente aproveitou para trocar pneus: Russell, Ocon, Zhou, Ricciardo, Vettel, Norris... E Sainz!
O espanhol da Ferrari conseguiu voltar à frente de Hamilton. Na 22ª, passou Alonso, que ainda não tinha parado, e assumiu o segundo posto. Na 24ª, o inglês deixou o ex-desafeto para trás.
Na 25ª volta, Verstappen tinha 9s1 sobre Sainz, que abria 3s5 para Hamilton. Alonso ainda era o quarto colocado, único piloto da ponta do GP que ainda não tinha passado pelos boxes.
O espanhol só entrou na 29ª. Retornou em sétimo, à frente de Bottas.
O destino da corrida passou a depender dos pneus de Verstappen. Ele tinha compostos duros 11 voltas mais velhos do que Sainz. Aguentaria? Para não ter sustos, o holandês precisaria abrir 20 segundos de vantagem para fazer um segundo pit no fim da corrida.
A Red Bull só esqueceu de combinar com o espanhol, que fazia de tudo para não perder o rival de vista. Na 40ª volta, apenas 6s7 separavam líder de vice-líder do GP.
"Estou perdendo aderência", disse o holandês, pelo rádio, acrescentando drama à situação.
Outro que vivia um drama era Leclerc. Na 43ª, ele foi chamado aos boxes para seu pit. Mas a Ferrari se embananou nos boxes e ele retornou à pista atrás de Zhou, em décimo.
Na 44ª, a Red Bull chamou Verstappen para o jogo novo de pneus duros. O holandês quase achou Hamilton na saída dos boxes, mas livrou-se do inglês na volta seguinte, quando ele também foi para seu segundo pit.
Sainz assumiu a liderança de novo! Ele pararia? Ficaria na pista até o final? Na dúvida, Verstappen não tinha opção a não ser acelerar forte e tentar a ultrapassagem.
Na 49ª, nova reviravolta na corrida. Tsunoda bateu na saída dos boxes e o safety car foi pra pista. A Ferrari aproveitou para chamar Sainz e colocar pneus duros. Por que não colocou os médios para tentar um ataque mais efetivo nas voltas finais? Eis um mistério...
O safety car saiu na 56ª volta, faltando 14 para o final. Mais uma vez, Verstappen estava em situação teoricamente pior, com pneus seis voltas mais velhos que o adversário.
Ciente disso, o holandês pisou fundo. Sainz também fez o seu trabalho, mantendo o carro da frente na mira do seu DRS. Hamilton era o terceiro colocado. Completando o top 10, Russell, Ocon, Alonso, Leclerc, Bottas, Zhou e Ricciardo.
As voltas finais foram eletrizantes, com Sainz abrindo a asa, mas não conseguindo dar o bote. Os rádios silenciaram, o momento era de mano a mano. Dois pilotos medindo forças a cada curva, a cada reta. Que fim de prova!
Numa situação assim, é fácil o piloto à frente errar. Mas Verstappen prevaleceu. Cruzou a linha de chegada com apenas 0s9 de vantagem. Só então conseguiu respirar com alguma tranquilidade.
"Dei tudo o que podia naquelas últimas voltas, o Carlos fez o mesmo, foi divertido", disse Verstappen.
Sua expressão estava cheia de alívio.
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