Pela 1ª vez no ano, Verstappen domina uma sexta-feira

No fim de semana de seu 150º GP, um Verstappen diferente. Normalmente discreto nas sextas-feiras, o holandês não deu chance para a concorrência em Montréal: pela primeira vez na temporada, foi o mais rápido nas duas primeiras sessões de treinos livres.

Pode ser uma mudança de estratégia. Acontece. Pode ser também um sinal da superioridade da Red Bull no circuito Gilles Villeneuve. Pode, ainda, indicar uma Ferrari mais cuidadosa, pisando em ovos, após os problemas técnicos das últimas corridas e a já anunciada punição a Leclerc.

O monegasco perderá dez posições no grid. A escuderia instalou uma nova centralina eletrônica no seu carro. É a terceira do ano, uma além do limite estipulado pelo regulamento. Já o turbo será o mesmo que ele usou no começo do ano e em Mônaco.

E vai ter piloto largando lá atrás. Tsunoda trocou todos os elementos da unidade de potência, estourando o limite da temporada, e vai começar o GP do fundo do grid.

Ainda sem grandes preocupações sobre a unidade de potência, o holandês começou o dia forte e fez o melhor tempo na primeira sessão. Foi apenas a segunda vez no ano em que liderou um treino numa sexta-feira _a única até então havia sido no Bahrein, em março.

Ele cravou 1min15s158, 0s246 melhor do que Sainz. Alonso foi o terceiro com a Alpine _as mudanças aerodinâmicas introduzidas no A522 no Azerbaijão deram muito certo. Pérez foi o quarto, seguido por Leclerc. Fechando o top 10, Russell, Stroll, Hamilton, Vettel e Ricciardo.

Na segunda sessão, o holandês foi rápido logo de cara: cravou 1min14s127 e não foi alcançado por ninguém. Leclerc ficou a 0s081, seguido por Sainz, Vettel e Alonso. Gasly foi o sexto. Fechando o top 10, Russell, Norris, Ricciardo e Ocon.

Fora da pista, a sexta-feira teve muito zunzunzum sobre as medidas anunciadas pela FIA para reduzir o "porpoising", as quicadas dos carros contra o asfalto. "É bom ver que a FIA está trabalhando para melhorar esses carros, já que a fórmula será a mesma para os próximos anos. Não acho que a performance vai piorar muito. Vamos ver", disse Hamilton, apenas o 13º colocado no segundo treino.

Verstappen, que estava ao seu lado na entrevista coletiva, não viu da mesma forma. "Independentemente do efeito que vai ter, se vai nos ajudar ou nos atrapalhar, acho errado mudar as regras no meio do campeonato", declarou.

Houve, também, muita conversa sobre o mercado de pilotos.

Wolff refutou o rumor de que já estaria conversando com Gasly para substituir Hamilton, cujo contrato termina no fim do ano que vem. "Ainda é muito cedo para discutir 2024. Não temos nenhuma porta aberta", afirmou.

E são cada vez mais fortes os comentários de que Piastri deve mesmo ocupar a vaga de Latifi na Williams. A questão é quando. O contrato do canadense termina em dezembro.

Mas o melhor da sexta-feira foi bom rever o circuito da ilha de Notre-Dame, palco de tantos acontecimentos históricos na F1. Estávamos com saudades.