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Hamilton segue no topo e McLaren dá arrancada no ranking digital da F1
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Em março, dias antes de o Mundial começar, publiquei aqui os resultados do primeiro estudo "Dirigir para Engajar", produzido pela consultoria SportsValue, do especialista em marketing esportivo Amir Sommogi, em parceria com a Zeeng, que monitora presença digital nas redes.
Na época, Hamilton e a Ferrari se sobressaiam. O heptacampeão somava 32 milhões de seguidores nas quatro redes analisadas _Twitter, Facebook, Instagram e YouTube_, mais do que qualquer outro piloto ou equipe. Já a Ferrari conservava sua imagem de gigante. Apesar de ter vivido um 2020 muito ruim, era a marca que mais atenção recebia da imprensa.
Nove meses e um Mundial inesquecível depois, muita coisa mudou.
Até por suas atividades fora das pistas, Hamilton segue imbatível no mundo digital. O inglês agregou outros 7 milhões de seguidores às suas redes, chegando a 39 milhões. É um crescimento de 22%, impressionante.
Em março, o vice-campeão entre os pilotos era Ricciardo, com 7 milhões. Hoje é Verstappen, que estava um pouco abaixo do australiano e agora soma 12 milhões de seguidores.
"A força do Hamilton merece sempre ser destacada. Ele vale por uma modalidade inteira", diz Sommogi. "Foi um ano muito interessante para a F1 e mais ainda para o digital, que está atraindo cada vez mais jovens, uma faixa de público que fica mais conectada que os mais velhos. Quanto mais jovens você tiver na sua plataforma, maior é seu nível de retorno. A F1 está vivendo o rejuvenescimento do seu negócio e da sua visão de marketing."
Curiosamente, o heptacampeão está dando um tempo das redes: não posta nada desde o sábado de Abu Dhabi.
Entre as equipes, a Mercedes tinha 22 milhões, contra 19 milhões da Red Bull. A ordem permanece, mas ambas cresceram e a distância está menor: 24 milhões x 22 milhões. A terceira colocada é a Ferrari, com 17 milhões, seguida de perto pela McLaren, com 16 milhões.
E a escuderia italiana foi demovida do topo da eficiência digital, que leva em consideração três dimensões: cobertura jornalística, atuação em redes sociais e repercussão digital
Agora é a Mercedes que aparece em primeiro lugar, e tenho a impressão de que isso também tem a ver com a atuação de Hamilton em causas humanitárias e no mundo da moda. Qualquer reportagem ou coluna jornalística sobre o inglês acaba, também, citando a equipe. Numa alusão automobilística, a marca alemã está aproveitando bem o vácuo do seu principal piloto.
O estudo ainda analisa a atuação de marcas e pilotos em cada rede. E neste ponto também há alguns achados interessantes.
Hamilton é o rei do Instagram. Dos seis posts com mais curtidas ao longo do campeonato, cinco foram publicados pelo inglês e um por Verstappen.
Já o holandês se dá melhor no Facebook. Dos seis posts com mais curtidas ao longo do campeonato, três foram publicados por ele, contra dois de Hamilton e um da McLaren.
No YouTube, não tem pra ninguém: posts bem-humorados e com ótimas sacadas conferiram à McLaren três dos seis vídeos mais curtidos do ano, ante dois da Red Bull e um da AlphaTauri.
A equipe inglesa também lidera em número de visualizações no YouTube, apesar de ter terminado o Mundial de Construtores apenas em quarto lugar. No começo do ano, era apenas a quinta colocada neste ranking. A arrancada tem tudo a ver com o alto astral de seus dois pilotos, Norris e Ricciardo, e com uma pegada de saber rir de si própria.
É mais uma comprovação do descolamento entre performance esportiva e conteúdo. Em suma: se o conteúdo for bem produzido, as pessoas vão te assistir, independentemente do seu desempenho no esporte.
Como escrevi em março, "não é só pista, não é só quadra, não é só campo".
Para acompanhar e entender qualquer esporte, hoje é fundamental também olhar para sua atuação no universo digital. Até porque boa parte dos investimentos que chegam às equipes e atletas busca a contrapartida nas redes sociais.
Quanto mais eficiente você for no digital, maior sua chance de seguir crescendo no esporte.
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