Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
FIA pensou no esporte, por isso protesto da Mercedes naufragou

Adoramos criticar FIA, a demora da entidade em tomar decisões ao longo desta temporada foi irritante, mas Michael Masi e seus colegas não tiveram culpa na conclusão do GP de Abu Dhabi.
Nenhuma categoria do automobilismo gosta de ver uma corrida encerrada com bandeira amarela, atrás do safety car. É um anticlímax tremendo, o pesadelo do esporte a motor.
Um Mundial tão disputado terminar assim, então, nem se fala...
Por isso a direção de prova fez de tudo para que houvesse ao menos uma volta limpa, com bandeira verde, antes da quadriculada. A velocidade com que a pista foi limpa após o acidente de Latifi surpreendeu não só a Mercedes.
Aí que está ponto central da polêmica.
O australiano Masi, diretor de F-1 da FIA desta 2019, tomou a liberdade de ordenar que apenas cinco carros, aqueles que estavam entre Hamilton e Verstappen, ultrapassassem o safety car. A ordem foi dada só para Norris, Alonso, Ocon, Leclerc e Vettel.
Outros três, Ricciardo, Stroll e Schumacher, ficaram onde estavam, no meio do bolo. Não haveria tempo para que eles também completassem a volta e se juntassem ao pelotão.
Essa seletividade não está prevista na letra fria do Regulamento Esportivo. A regra estipula apenas que, quando o diretor de prova julgar seguro, será dada a ordem de "retardatários agora podem ultrapassar o safety car".
Este foi o principal ponto contestado pela Mercedes: nem todos os retardatários passaram o safety car, portanto aquela volta teria sido irregular. Argumento difícil, uma vez que todos seguiram rigorosamente a decisão da direção de prova.
E aí vamos para a origem da decisão, o tal "espírito da lei": Masi fez o que fez para que o GP e o Mundial tivessem uma última volta "pra valer", preservando o mais puro espírito do esporte, a competição. Por isso que o protesto fracassou.
"Toto, isso é o esporte a motor", resumiu o australiano para Wolff, pelo rádio, na primeira insinuação de chiadeira por parte da Mercedes.
No comunicado oficial que rejeitou o protesto, emitido às 23h03 locais, 16h03 de Brasília, a FIA destacou justamente isso: "Há um acordo antigo entre todas as equipes que estipula ser muito desejável que as corridas terminem sob bandeira verde".
O outro ponto foi mais para perturbar mesmo: a equipe alemã alega que o holandês colocou o carro à frente de Hamilton na curva 12, na preparação para a relargada final.
O que vai acontecer agora?
A Mercedes já protocolou "intenção de recorrer". Provavelmente acabará recuando "em nome dos melhores interesses do esporte".
A F-1 enfim curtirá férias. E daqui a pouco tudo vai começar de novo, com os mesmos personagens, mas com elementos ainda mais fascinantes.
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