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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Verstappen supera pressão, segura Hamilton e vence por 1s3

Lewis Hamilton e Max Verstappen na primeira curva do GP dos EUA, em Austin - Pirelli
Lewis Hamilton e Max Verstappen na primeira curva do GP dos EUA, em Austin Imagem: Pirelli

Colunista do UOL

24/10/2021 17h43

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Verstappen e Hamilton dividiram a primeira fila e se espremeram na primeira curva.

Verstappen e Hamilton partiram para estratégias diferentes

Verstappen e Hamilton tornaram o GP dos EUA imprevisível até as últimas voltas, até os últimos instantes, até os últimos metros. A perseguição foi implacável. Na abertura da última volta, apenas 0s879 dividiam os rivais pelo título.

Deveria ser possível dividir o prêmio de "Piloto do Dia".

Porque ambos mereceram muito. Verstappen e Hamilton deram show de pilotagem e controle cerebral neste domingo, na 17ª etapa do Mundial de F-1. Escreveram mais um capítulo memorável no melhor campeonato dos últimos anos.

Vitória de Verstappen, a oitava no ano, a 18ª da carreira, a primeira nos EUA. Hamilton cruzou em segundo, a apenas 1s3.

Pérez, companheiro do holandês na Red Bull, foi o melhor do resto, a 40 segundo do inglês.

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Max Verstappen pressiona Lewis Hamilton na largada do GP dos EUA, 17ª etapa do Mundial de F-1
Imagem: Fórmula 1

Com o resultado, Verstappen aumenta sua vantagem na liderança do campeonato. Tem agora 287,5 pontos no Mundial, contra 275,5 de Hamilton.

Fazia tempo que eu não assistia de pé às últimas voltas de um GP. Aconteceu hoje.

Na largada, Verstappen se preocupou mais em espremer Hamilton do que em olhar pra frente. Levou o inglês ao limite da pista, mas perdeu a tangência, foi pra área de escape e se deu mal: caiu para o segundo lugar.

Ricciardo se deu bem: passou Sainz e pulou de sexto para quinto. Tsunoda pulou de décimo a para oitavo. Mais pra trás, Latifi e Stroll se tocaram.

Na quinta volta, Hamilton tinha 0s7 sobre Verstappen. Pérez era o terceiro, seguido por Leclerc. Fechando o top 10, Leclerc, Ricciardo, Sainz, Norris, Tsunoda, Gasly e Bottas.

Cinco voltas depois, a diferença entre os líderes permanecia a mesma. Por mais que tentasse, Verstappen não conseguiu se aproximar para tentar o bote.

"Os pneus estão muito quentes, acho que não estamos sendo rápidos", disse, pelo rádio.

Na volta seguinte, veio o primeiro momento-chave no GP. Verstappen entrou nos boxes, colocou pneus duros e retornou à pista com ritmo muito mais veloz.

Virou jogo de estratégia. Toda a F-1 passou a acompanhar com atenção as decisões de Hamilton e da Mercedes. A cada volta em que o inglês ficava na pista, diminuíam suas chances de permanecer na ponta.

O inglês só parou na 14ª volta. Não deu outra. Enquanto ele saia dos boxes, respeitando o limite de velocidade, Verstappen rasgava a reta como um foguete, assumindo a ponta.

Incompreensível. A Mercedes, a poderosa Mercedes heptacampeã mundial, cometeu um erro crasso de estratégia, falhou num ponto básico: "na liderança, seja conservador". Hamilton tinha que ter parado imediatamente após Verstappen, tinha que ter feito marcação mano a mano.

A única explicação seria Hamilton tentar fazer a corrida com apenas um pit stop, algo improvável.

Com a cara pro vento, o holandês passou a abrir vantagem. Cinco volta após o pit de Hamilton, a diferença entre os dois já era superior a 6s.

De perseguido a perseguidor, o inglês apertou o ritmo para tentar recuperar terreno. Começou a fechar voltas mais rápidas em sequência. Na 26ª, a diferença havia caído para 2s8.

Na 30ª volta, Verstappen fez seu segundo pit. Colocou um novo jogo de pneus duros. Hamilton, mais uma vez, ficou na pista, tentando emplacar voltas voadoras.

Veio então o segundo momento-chave do GP dos EUA. Na 37ª volta, Hamilton entrou para o segundo pit e colocou um jogo novo de pneus duros. Retornou à pista em segundo, a 8s5 de Verstappen, mas com compostos mais inteiros.

Duelo aberto, franco, direto.

Na 42ª volta, a folga era de 6s. Na 45ª, já havia despencado para 3s7. Na 46ª, caiu mais um pouquinho: 2s9. Na 47ª, estava em 2s5.

Hamilton chegaria? Verstappen aguentaria a pressão?

Pelo rádio, a Mercedes informava que os pneus do inglês estavam com boa temperatura. Na equipe rival, o engenheiro de Verstappen tentava tranquilizá-lo, dizendo que seus pneus traseiros estavam se comportando bem.

Nas voltas finais, Hamilton chegou e encostou. Mas em nenhum momento chegou a tentar uma ultrapassagem.

Se havia dúvidas sobre a capacidade de Verstappen em segurar a pressão, elas acabaram nos EUA.