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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Russell é o futuro da Mercedes, mas precisará ter paciência

O inglês George Russell, anunciado como piloto da Mercedes para as próximas temporadas da F-1  - Mercedes
O inglês George Russell, anunciado como piloto da Mercedes para as próximas temporadas da F-1 Imagem: Mercedes

Colunista do UOL

07/09/2021 07h30

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O segredo mais mal guardado dos últimos anos na F-1 finalmente acabou, a Mercedes convenceu Hamilton, anunciou Russell e agora olha pro futuro.

Sim, porque "futuro" é o sentimento que permeia o comunicado oficial do time.

"Estou confiante de que eles vão formar uma grande dupla dentro e fora das pistas pelos anos à frente", disse Wolff, o chefe da equipe. "Anunciar os planos para 2022 é um peso que tiramos das costas. Mas agora precisamos focar nas últimas nove corridas desta temporada."

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Russell comemora a segunda colocação no GP da Bélgica, pela Williams
Imagem: CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS

Russell começa a nota falando em "mix de emoções" e citando a despedida da Williams, que o acolheu nas últimas três temporadas. "É um grande dia para mim, pessoalmente e profissionalmente. Estou animado por poder pilotar para a Mercedes, um passo enorme na minha carreira. Mas isso também significa a despedida dos amigos da Williams. Foi uma honra representar este sobrenome na F-1", declarou o inglês no comunicado.

"Olhando pra frente, eu estaria mentindo se não dissesse que estou vibrando por dentro. É uma grande oportunidade, que quero agarrar com as duas mãos. Mas não tenho ilusões sobre o tamanho do desafio. Vai ser uma enorme curva de aprendizado."

Esta última frase provavelmente entrega um ponto importante do acordo.

Russell foi campeão da GP2 em 2017, quando entrou para o programa de desenvolvimento da Mercedes, e conquistou a F-2 em 2018. Aos 23 anos, já tem 51 GPs nas costas e brilhou no ano passado quando substituiu Hamilton, que tinha Covid, no Bahrein. É tratado pela imprensa britânica e por boa parte do paddock como "world champion material", um futuro campeão da F-1, uma estrela pronta para brilhar.

Mas ele vai precisar ter paciência. Terá que se comportar e se conformar em aprender por duas temporadas, sem fazer besteiras, sem desobedecer ordens da equipe.

Porque ao seu lado, até o fim de 2023, haverá Hamilton.

O heptacampeão renovou seu contrato há dois meses e certamente, como é praxe na categoria, foi consultado pela equipe sobre a novidade.

A prioridade em lutar por vitórias e por títulos mundiais nos próximos dois anos será dele. Depois, chegará a vez de Russell assumir o protagonismo na Mercedes. Convenhamos, esperar duas temporadas por um prêmio deste tamanho no final não será nenhum sacrifício.

O anúncio também evidencia o sucesso da atual geração inglesa. Hamilton caminha para se tornar o maior piloto de todos os tempos em todas as estatísticas. Russell acaba de chegar à equipe mais vitoriosa da história. E Norris, aos 21, é outro "world champion material", só precisa de mais algum tempo de amadurecimento e de um carro de ponta.

Com a saída de Russell, a Williams deve ser a próxima equipe a anunciar sua dupla para o ano que vem.

O zunzunzum no paddock de Zandvoort na semana passada é que o time está atrás de Albon, que correu por Toro Rosso e Red Bull nas últimas temporadas. De Vries, campeão da Fórmula E, estaria no radar, mas conversa também com a Alfa Romeo para a vaga de Giovinazzi.

Pelo ritmo atual, antes do primeiro treino em Monza, na sexta-feira, o grid para o primeiro GP de 2022 já estará desenhado.