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Fábio Seixas

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Mercedes volta a andar bem e respira aliviada

Bottas e Hamilton, da Mercedes, que voltou a andar bem em Paul Ricard nesta sexta-feira - Mercedes
Bottas e Hamilton, da Mercedes, que voltou a andar bem em Paul Ricard nesta sexta-feira Imagem: Mercedes

Colunista do UOL

18/06/2021 11h40

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Alguém na Mercedes hoje vai acender uma vela e agradecer o retorno da F-1 a um autódromo.

Porque em Paul Ricard, com asfalto novo, piso menos abrasivo, chão mais regular, a Mercedes finalmente voltou a mostrar força.

Liderou o primeiro treino para o GP da França, com dobradinha. E conseguiu um resultado promissor na segunda sessão livre.

Pela manhã, Bottas foi o mais rápido, com 1min33s448. Hamilton ficou em segundo, a 0s335. Na sequência vieram as Red Bulls de Verstappen e Pérez.

Foi um treino repleto de incidentes e saídas de pista. Com destaque para os "salsichões" que inventaram de colocar na curva 2, verdadeiras lombadas que têm o objetivo de segurar os pilotos dentro dos limites da pista, mas que causaram alguns estragos. Exageraram na dose.

Schumacher, Bottas, Vettel e Sainz foram alguns que tiveram seus momentos de susto na primeira sessão.

verstframca - Red Bull - Red Bull
Verstappen durante o 2º treino na França
Imagem: Red Bull

À tarde, o melhor tempo ficou com Verstappen, 1min32s872. Mas o diabo mora nos detalhes: o holandês estava com pneus macios e foi apenas 0s008 mais veloz do que Bottas, que calçava os médios.

Mais: no cálculo da utópica "volta ideal" no circuito, mostrada pela F1TV, Bottas ficaria na frente. O finlandês fez as melhores marcas em cada setor.

E aí, amigos, é aquela coisa: quando Bottas _sim o Bottas!_ anda bem numa sexta-feira, é sinal de que Hamilton vai chegar voando no sábado, na luta pela pole position.

Obviamente a história da vela, no primeiro parágrafo, é uma brincadeira, uma hipérbole. Mas certamente a Mercedes respirou aliviada ao cruzar os portões de Paul Ricard.

A equipe alemã viveu um calvário nas duas últimas etapas do campeonato, Mônaco e Baku, disputadas em circuitos de rua.

O motivo, a falta de compreensão do funcionamento dos pneus em condições de asfalto mais abrasivos e irregulares. Mais de uma vez Hamilton declarou estar perdidinho no acerto do carro, quase uma admissão de impotência.

O time que domina a F-1 desde 2014 somou apenas sete pontos nas duas corridas, contra 62 da Red Bull. Em Baku, ficou fora da zona de pontos, o que não acontecia havia 55 etapas, desde o GP da Áustria de 2018. Não por acaso, perdeu as lideranças dos Mundiais de Pilotos e de Construtores.

Em Paul Ricard, tem condições matemáticas de retomar a ponta nas duas competições.

Agora sabemos que, num ambiente mais controlado e com 74% da volta feita com pé embaixo, tem também todas as condições técnicas para isso.