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Fábio Seixas

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Pneus derrubam Mercedes, que estuda apelar

Mecânicos da Red Bull empurram o carro de Verstappen para os boxes durante o 2º treino livre em Baku - Twitter/Red Bull
Mecânicos da Red Bull empurram o carro de Verstappen para os boxes durante o 2º treino livre em Baku Imagem: Twitter/Red Bull

Colunista do UOL

04/06/2021 10h41

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Foi uma sexta-feira estranha em Baku.

Pista com pouca aderência, pneus macios com desgaste maior do que o esperado, Mercedes lá atrás, Ferrari lá na frente, Red Bull na ponta.

No 1º treino livre, deu Verstappen na frente, seguido por Leclerc, Sainz e Pérez. Hamilton foi sétimo, Bottas ficou em décimo.

À tarde, os tempos foram melhores. E Pérez fez a melhor marca do dia, 1min42s115, 0s101 melhor do que o companheiro.

A Ferrari, que chegou a Baku com discurso pessimista, veio na sequência, com Sainz e Leclerc. Hamilton foi 11º, Bottas ficou em 16º.

Temos um padrão aí. Red Bull melhor, Ferrari no encalço, Mercedes sofrendo.

hamilbak - Reprodução/TV - Reprodução/TV
Hamilton, no fim do 2º treino em Baku
Imagem: Reprodução/TV

"Não sei onde podemos buscar tempo", chegou a dizer Hamilton, pelo rádio, à certa altura da sessão.

Parece uma heresia escrever isso, mas já é fato: a Mercedes vive um drama com o desempenho dos pneus nos seus carros.

Em Mônaco, é bom lembrar, Hamilton foi um coadjuvante: largou em sétimo, terminou em sétimo.

"Simplesmente não consegui fazer meus pneus funcionarem", afirmou no principado, antes da corrida. Depois do GP, irritado, disparou contra a Mercedes. Pediu desculpas nos dias seguintes, é verdade, mas claramente as coisas não estão saindo com ele esperava.

O que Baku e Mônaco têm em comum? São circuitos de rua, com pouca aderência no asfalto.

Talvez a Mercedes volte a mostrar o domínio de sempre nas pistas convencionais, que compõem a imensa maioria do calendário. Talvez.

Por ora, há um sinal de alerta nos boxes prateados no Azerbaijão.

Sob pressão, a Mercedes pode apelar para o tapetão. Wolff declarou nesta sexta que seus engenheiros estão observando atentamente o comportamento dos aerofólios da Red Bull e que pode entrar com um protesto na FIA a qualquer momento.

"Estamos analisando os dados sobre as asas. Se percebermos que há asas flexionando mais do que o normal, tomaremos uma atitude", afirmou o austríaco.

A Red Bull parece não se preocupar. A resposta do time veio pelas redes sociais e em forma de provocação.

O time postou no Twitter um vídeo de sua asa traseira em pleno retão de Baku com os seguintes dizeres: "Todos os olhos estão na nossa traseira. Assim vamos ficar corados de vergonha..."