Mercedes destroça concorrência e domina primeira fila

A Mercedes esbanjou competência neste sábado em Portugal.

Após duas corridas tão equilibradas, com concorrência forte da Red Bull, a equipe alemã, heptacampeão mundial de Construtores, destroçou os adversários na terceira sessão classificatória do ano.

Dominou a primeira fila. Pole position para Bottas, a 17ª da carreira, a primeira no ano. Hamilton, que buscava a 100ª pole na F-1, viu o sonho ser adiado e larga ao seu lado.

O detalhe que acrescenta crueldade ao feito: os dois pilotos da Mercedes terminaram a sessão com pneus médios, mais lentos que os macios usados por todos os outros 8 pilotos que tentavam a pole. Mas fica um alerta. Em ritmo de corrida, no mesmo circuito, esses mesmos pneus trouxeram problemas no início da corrida do ano passado.

Verstappen ficou a 0s398 de Bottas e larga em terceiro. Ao seu lado, o companheiro de Red Bull, Pérez.

"É um bom sentimento estar aqui, fazia algum tempo que não acontecia. Foi meu ponto fraco nas últimas provas, mas trabalhei duro para voltar a este lugar. A gente tem sentido o carro melhor com os pneus médios, como no ano passado. Agora é focar na largada", disse o finlandês.

O treino classificatório em Portimão aconteceu com céu azul, 19°C no ar, 39°C na pista, ventos de 3 km/h mudando a todo instante e dificultando a vida dos pilotos e os cálculos dos engenheiros.

Antes, pela manhã, Verstappen colocara as manguinhas de fora: primeiro tempo, 1min18s489, melhor tempo do fim de semana até então. Hamilton e Bottas ficaram na sequência.

Luz verde, pit lane aberto, Q1 em ação. Norris dominou o primeiro bloco da classificação, mas na última tentativa Bottas cravou todo mundo: 1min18s722, apenas 0s072 melhor do que o jovem inglês da McLaren. Hamilton, Ocon e Sainz vieram logo atrás.

Os cortados: Ricciardo, Stroll, Latifi, Schumacher e Mazepin. É dramático, o início de trabalho do australiano na McLaren. Enquanto o companheiro lutava lá na ponta, ele tentava _e não conseguia_ se salvar do corte no primeiro pelotão da classificação.

Veio o Q2, e então Hamilton começou a impor sua força. Fez o melhor tempo, 1min17s968, com Bottas a 0s490. Atrás deles, Norris, Ocon e Vertappen. Ficaram pelo caminho Russell, Giovinazzi, Alonso, Tsunoda e Raikkonen.

Mais uma vez, ficou feio para Alonso. Que, de cabeça quente, foi extremamente grosseiro com a repórter Mariana Becker, ao vivo, na Band. Bobão.

Chegou a hora da decisão, a disputa do Q3.

Logo na primeira tentativa, Vertstappen se deu mal. Extrapolou os limites da pista na curva 4 e teve o tempo deletado. Bottas, com pneus macios, fez 1min18s348 na primeira volta. Hamilton, com o mesmo composto, ficou a 0s007.

Todos voltaram para os boxes, colocaram pneus novos, retornaram à pista. E a Mercedes surpreendeu: calçou pneus médios em seus carros, uma escolha inusitada para um momento tão crucial.

Um presente para Verstappen? Não. O holandês não encaixou uma boa volta e reclamou depois de falta de aderência.

Ficou no mano a mano. Bottas e Hamilton. Nenhum dos dois conseguiu melhorar, e a pole ficou com o finlandês.

"Não consegui uma boa volta. Para ser sincero, nem esperava a primeira fila", disse Hamilton, decepcionado e sucinto, ao fim da classificação.

Depois da dupla da Red Bull no grid vêm Sainz e Ocon. Na sequência, Norris, Leclerc, Gasly e Vettel _pela primeira vez, o alemão fica à frente do companheiro de Aston Martin numa largada.

Em três sessões classificatórias até agora na temporada, Bottas é o terceiro piloto a conseguir a pole. Verstappen e Hamilton saíram na ponta no Bahrein e em Imola, respectivamente.

Em 2020, é bom lembrar, os pilotos que largaram com pneus médios em Portugal se deram muito mal nas primeiras voltas. Neste domingo, entre os top 10, cinco pilotos saem com pneus médios, reflexo da escolha que fizeram no Q2: a dupla da Mercedes, a dupla da Red Bull e Leclerc, oitavo no grid.