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Fábio Seixas

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Hamilton lidera, mas notícia é a Ferrari

Charles Leclerc, da Ferrari, quarto colocado no Mundial, durante treino para o GP de Portugal  - Marcelo Del Pozo/Reuters
Charles Leclerc, da Ferrari, quarto colocado no Mundial, durante treino para o GP de Portugal Imagem: Marcelo Del Pozo/Reuters

Colunista do UOL

30/04/2021 12h51

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Um dos objetivos da FIA e da Liberty ao propor as "sprint races" é aumentar a importância das sextas-feiras na F-1. Pelo projeto, que será testado em três GPs nesta temporada, o segundo treino livre dará lugar à sessão classificatória que definirá o grid para a mini-corrida de sábado.

Não sei se vai dar certo. Testes são para isso mesmo. Mas alguma mudança urge. Porque, no atual formato, as sextas-feiras estão modorrentas.

Hoje foi um claro exemplo.

Na primeira sessão no Algarve, liderança do maior leão de treinos da F-1 atual. Bottas cravou 1min19s648, 0s025 melhor do que Verstappen. Depois vieram Pérez, Leclerc e Hamilton.

bottas portugal - Bryn Lennon/Getty Images - Bryn Lennon/Getty Images
Bottas durante treino livre no Algarve
Imagem: Bryn Lennon/Getty Images

Na sessão da tarde, Hamilton na frente, mas com tempo acima do registrado pelo companheiro: 1min19s837. Verstappen novamente ficou em segundo, a 0s143. Na sequência, Bottas, Sainz, Alonso.

Há pouco o que concluir, e aí é que mora o busílis. Já está claro que Mercedes e Red Bull dominarão o fim de semana.

Entre essas poucas conclusões, a melhor notícia é o amadurecimento da Ferrari como potencial terceira força do campeonato. É um movimento que começou a se insinuar em Imola, mas que parece se confirmar no Algarve.

Quem, como eu, esperava McLaren e AlphaTauri brigando por esse posto, agora vê os italianos constantemente se intrometendo no bolo da frente.

No segundo treino, por exemplo, Sainz ficou em quinto, a 0s360 de Hamilton. No ano passado, na mesma sessão de sexta-feira, a melhor Ferrari foi a de Leclerc, em quarto, mas a 0s898 do inglês.

Em Imola, é bom lembrar, Leclerc e Sainz terminaram o GP em quarto e quinto. Após duas provas, a Ferrari já tem 34 pontos no Mundial, 25% do que conquistou em todo o ano passado, sua pior temporada desde 1980.

Pode ter a ver com melhorias no carro? Claro que sim. Mas pode ter relação também com o ambiente mais leve em Maranello após a saída de Vettel. Um passarinho com muito trânsito nos bastidores da F-1 me contou nesta semana que o alemão, tão simpático para o público externo, não é lá um grande companheiro de trabalho.

Falando em Vettel, a sexta serviu também para algumas risadas, após o alemão parar por engano nos boxes da McLaren no fim da primeira sessão.

E valeu para rever a beleza e os desafios do circuito do Algarve. Que, repito, precisa ter vaga cativa na F-1 nas próximas temporadas.