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Fábio Seixas

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Pílulas do Dia Seguinte

Os ingleses Hamilton e Norris, segundo e terceiro colocados no GP da Emilia Romagna, se abraçam após a prova - Dan Istitene - Formula 1/Formula 1 via Getty Images
Os ingleses Hamilton e Norris, segundo e terceiro colocados no GP da Emilia Romagna, se abraçam após a prova Imagem: Dan Istitene - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Colunista do UOL

19/04/2021 11h43

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Volta 60 do GP da Emilia Romagna. Faltam três para a bandeirada. Verstappen crava 1min17s524, a melhor marca da corrida, o que lhe daria um ponto extra e a liderança do Mundial pela primeira vez na carreira. Mas logo atrás vem Hamilton. Com o empurrão da asa móvel, que abriu para superar Norris, o inglês crava 1min16s702. E é isso que explica a atual situação do campeonato, com só um ponto separando Hamilton de Verstappen. O líder tem 44 pontos, o vice soma 43. É emblemático. É um retrato do que tem sido este início de Mundial: os duelistas muito próximos e decisões acontecendo nos detalhes;

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Pódio do GP Emilia Romagna, com Verstappen em primeiro, Hamilton em segundo e Norris em terceiro
Imagem: Getty Images

Chega a dar agonia o relato de Hamilton sobre o momento em que ele ficou preso na brita. "A ré não entrava. Eu fiquei apertando o botão, mas demorou uma eternidade para engatar. Achei que não funcionaria. Então tentei dar ma espécie de cavalo de pau para ver se saia dali, mas bati de novo no muro. Resolvi esperar um tempo, apertei de novo o botão, e aí ele resolveu funcionar";

Tão criticado _com justiça_ no GP do Bahrein, Michael Masi merece elogios por duas decisões cruciais tomadas em Imola. Primeiro, por não ter punido Hamilton quando o inglês voltou de ré para a pista. O diretor da prova acompanhou os diálogos entre o piloto e a Mercedes e concluiu que todos os cuidados foram tomados para que o carro não voltasse em meio ao tráfego. Depois, por ter mudado de ideia sobre a relargada após a bandeira vermelha. Inicialmente, seria largada estática. Mas a diferença de aderência entre um lado e outro do grid era enorme, com muita água do lado esquerdo, fora da trajetória de passagem dos carros. Uma largada estática seria desleal, seria perigosa, poderia ser uma catástrofe. Pontos pra ele;

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Bottas, após o acidente em Imola
Imagem: Hasan Bratic/Getty Images

Russell x Bottas. Foi "incidente de corrida", como decidiu a FIA, mas para mim está claro de que a culpa foi do inglês. Mas o ponto central, para mim, é outro. Pilotando o mesmo carro de Hamilton, o finlandês estava disputando posição no meio do pelotão com uma Williams! Quer mais? A volta mais rápida de Bottas foi a pior entre os 19 pilotos que disputaram a prova. Ok, ele abandonou na 30ª, ainda com o tanque pela metade, mas sua melhor volta foi 1s942 mais lenta do que a de Russell;

Não por acaso, Wolff, o chefão da Mercedes, soltou o seguinte após a prova: "Não sei de quem foi a culpa no acidente. Mas a corrida dele não estava boa. Ele está caminhando para trás";

Acho que haverá uma belíssima vaga aberta na F-1 para 2022. E quem é o grande candidato? Sim, exatamente ele: Russell;

O que une Vettel, Alonso, Ricciardo, Sainz e Pérez? Os cinco ainda estão se adaptando a suas novas equipes. E os cinco estão sofrendo muito com isso. Três dos cinco foram batidos pelos companheiros na definição do grid _Pérez e Ricciardo foram as exceções. E todos, todos, ficaram atrás na classificação da corrida;

Escrevi outro dia que a briga pelo terceiro lugar nos Construtores deveria ficar entre McLaren e AlphaTauri. Passadas duas etapas, a equipe inglesa confirma minha previsão: é a terceira colocada, com 41 pontos. Já a AlphaTauri vem em quinto, com apenas 8. A boa surpresa até agora é a Ferrari, quarta na tabela, com 34. Em minha defesa, destaco a declaração de Leclerc em Imola: "Ainda é difícil acreditar que melhoramos tanto";

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Traçado do novo circuito de Miami
Imagem: Divulgação/Fórmula 1

Passou despercebido em meio a tanta agitação na pista, mas a F-1 anunciou ontem uma nova corrida para 2022: o GP de Miami. Ter dois GPs nos EUA é uma velha obsessão da categoria. Até aí, tudo bem, a questão mercadológica é compreensível. O problema é o lugar que escolheram para essa corrida, no entorno do estádio do Miami Dolphins. Sim, um estacionamento. Vai ser uma porcaria;

A Indy abriu a temporada 2021 celebrando um novo vencedor. Aos 24 anos e fazendo apenas sua 15ª corrida na categoria, Alex Palou venceu ontem o GP do Alabama, no Barber Motorspors Park. Ele e Pato O'Ward, 21 anos, que largou na pole e liderou boa parte da prova, prometem ser os líderes de uma bem-vinda nova geração de piloto.