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Diogo Silva

O audacioso UFC na "Ilha da Luta"

UFC 251: José Aldo é nocauteado e perde a chance de conquistar o cinturão

13/07/2020 18h40

No último sábado (11), em meio de uma pandemia de saúde mundial, o audacioso evento de uma das maiores ligas de lutas do mundo aconteceu com sucesso. O UFC 251, na "Ilha da Luta", em Abu Dhabi, no Emirados Árabes, não foi das melhores. Sem muitas estrelas e sem público, o grande mérito foi superar a dificuldade de ter em seus cards atletas saudáveis. O brasileiro GIlbert Durinho, por exemplo, disputaria um dos cinturões da noite, no meio-médio, mas foi impedido de lutar por testar positivo no teste de Covid-19.

Ele foi uma das vítimas do protocolo de saúde implantado: todos os competidores e membros das comissões técnicas passaram por uma inspeção rigorosa antes e depois do evento.

Rússia e Brasil foram os países com mais representantes, mas também tivemos a presença de lutadores de Estados Unidos, Nova Zelândia, Uzbequistão, Finlândia, Polônia e Nigéria. O Brasil chegou tinha oito atletas, quatro mulheres e quatro homens, duas vitórias para cada lado.

Do lado feminino, no card preliminar, as brasileiras Carolina Rosa e Vanessa Melo se enfrentaram no peso galo, com vitória unânime para Carol. No card principal, tivemos a revanche entre Jessica Andrade e a americana Rose Namajunas. A "Bate-Estaca" deixou suas marcas no rosto de sua adversária, com cruzados potentes, ma Rose manteve-se de pé com bravura e venceu de forma contundente. Já Amanda Ribas, do peso mosca, faturou a vitória por finalização no primeiro round, sendo a brasileira com o resultado mais expressivo entre as mulheres.

Do lado masculino, as preliminares contaram com o sucesso de Leo Santos no peso leve, em um confronto duríssimo contra o russo Roman Bogatov. Durante a luta, o russo cometeu inúmeras infrações como dedo nos olhos; duas joelhadas nas genitais, uma joelhada no rosto enquanto Léo estava com três apoios no chão. Tal falta é considerada grave: não se pode desferir golpes enquanto um lutador estiver com três apoios no chão. Assim, Leo Santos se manteve invicto no UFC.

Em luta bem movimentada, Raulian Paiva, no peso mosca, enfrentou Zhalgas Zhumagulov, do Uzbequistão, que deu muito trabalho. O amapaense levou a melhor e saiu com a vitória. Já o capoeirista Elizeu dos Santos não obteve êxito na categoria meio-médio, contra o russo Muslim Salikhov, que venceu por decisão dividida. Foi um duelo de lutadores de pé. O russo vem da escola chinesa de Wushu, arte marcial milenar, e acabou superando Elizeu.

Na disputa de cinturão do peso galo, o veterano e grande campeão José Aldo, em categoria nova, não conseguiu segurar o russo Petr Yan. Com um primeiro round muito estudado, Yan aplicou três diretos de direita e abriu uma boa vantagem na luta. Nos tempos seguintes, Aldo se recuperou, aplicando bons chutes na parte interna e externa da perna do russo, mas, nos rounds finais, Yan demonstrou superioridade, com sequências intermináveis de socos finalizando a luta no quinto round, por nocaute técnico.

Nas demais disputas de cinturão, o australiano Alexander Volkanovski fez uma revanche contra o havaiano Max Holloway, pela categoria peso pena. O desafio foi muito parelho, com dois rounds para Holloway contra três de Volkanovski. O havaiano tinha a luta na mão, venceu os dois primeiros rounds. Com maior envergadura, passou a não levar tão a sério o australiano, que manteve a seriedade. Com muita movimentação e bons golpes na curta distância, levou a melhor e manteve seu cinturão.

Na principal luta da noite, o nigeriano Kamaru Usman entrou dançando no octógono ao som de músicas típicas da África. Nessa cadência, levou o americano Jorge Masvidal, substituto de Durinho, para bailar e venceu de forma unânime todos os rounds, mantendo o cinturão do peso meio-médio. As próximas edições do UFC na ilha das lutas, serão nos dias 15, 18 e 21 de julho.