Corinthians pede 10 anos para pagar dívidas e quer priorizar 'parceiros'
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O Corinthians apresentou à Justiça uma proposta de pagamento aos seus credores listados no Regime de Centralização de Execuções (RCE). O objetivo é quitar R$ 367 milhões em dívidas com diversos fornecedores, agentes, jogadores e processos judiciais em andamento.
A forma de pagamento foi dividida de forma a preservar a saúde financeira do clube e com o planejamento de quitação em 10 anos. Tudo seria pago da seguinte forma:
- Com 4% das entradas de caixa referentes a receitas recorrentes. São consideradas "receitas recorrentes todas as receitas do clube, excetuada a venda de direitos econômicos. A forma de pagamento será igualitária entre os credores. Se o clube tiver R$ 1.000.000,00 a ser distribuído no mês entre 10 credores, por exemplo, cada credor receberá R$ 100.000,00;
- Com 5% das entradas de caixa referentes a receitas de venda de direitos econômicos de jogadores. Elas serão alocadas em leilões reversos, com deságio mínimo de 30%.
O clube sugeriu priorizar, entre os credores, aqueles que são idosos, portadores de doenças graves, com créditos inferiores a 60 salários-mínimos, gestantes, vítimas de acidente de trabalho, credores com acordos prevendo redução de 30% do valor devido ou credores que, em futuras negociações, gerarem significativas novas receita ao caixa do clube.
O Corinthians também quer que "credores parceiros" tenham benefícios no plano de pagamento. São considerados dessa forma pelo clube aqueles que mantiverem a prestação de serviços ou fornecimentos ou que tenham valores bloqueados em processos e concordem com o desbloqueio dessas quantias.
No caso, a proposta diz que a avaliação de "credor parceiro" será feita pelo próprio Corinthians. Essas pessoas terão acesso a 50% dos valores alocados nas parcelas de distribuição. Ou seja, se entre os 4% dos valores de entrada propostos de caixa existir R$ 1 milhão, R$ 500 mil irá aos "credores parceiros".
A projeção do clube é que tudo seja quitado em até 10 anos, com meta de pagar 60% em até seis anos. O início dos pagamentos se dará no prazo de 45 dias corridos a partir da homologação do plano de pagamento.
O Corinthians sugeriu a realizações dos leilões reversos como ferramenta prioritária para o pagamento com recursos de vendas de jogadores. O clube quer dar prioridade aos credores que oferecerem o maior desconto no valor atualizado do seu crédito.
O Corinthians também diz que o objetivo do plano de pagamento é permitir que o clube mantenha suas atividades de maneira saudável e possibilitando aos credores o recebimento organizado dos respectivos créditos. Dessa forma, o time alvinegro entende que terá condições necessárias para reestruturar suas atividades.
No plano, o clube disse estar em "situação crítica", com "fluxo de caixa estrangulado". Culpou "gestões ineficientes no passado", além do uso de intermediações de agentes e direitos de imagem como financiamento, falta de credibilidade no mercado por atrasos em pagamentos, ausência de planejamento de médio e longo prazo e os impactos da pandemia de Covid-19.
No documento, o time alvinegro listou ter R$ 926 milhões em passivos com fornecedores, agentes, jogadores e processos judiciais em andamento, mas apenas R$ 367 milhões entram no RCE. As dívidas tributárias alcançam R$ 817 milhões, enquanto as dívidas da Arena estão em R$ 677 milhões.
Por fim, o clube prometeu realizar um controle orçamentário para conseguir cumprir o planejamento e quitar todos os débitos. A coluna procurou o Corinthians para comentar, que não se manifestou. A reportagem será atualizada caso queira se manifestar,
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