Romário alega subsistência para desbloquear contas por dívida com Dunga
Tetracampeão mundial de futebol e senador no Rio de Janeiro, o ex-jogador Romário alegou à Justiça "subsistência" para pedir que exatos R$ 3.327,48 sejam desbloqueados de sua conta por uma dívida com o ex-companheiro de seleção Dunga.
Segundo alegou a defesa de Romário, a quantia que foi penhorada se encaixa em um limite mínimo resguardado para que o senador possa sobreviver, resguardado pela corte especial do STJ em outros precedentes inferiores a 40 salários mínimos, ou R$ 56.480,00.
Por isso, Romário pediu que suas contas sejam desbloqueadas imediatamente, solicitando ao tribunal uma liminar, com urgência, vetando qualquer penhora que atinja até o limite desta quantia exata.
As alegações foram enviadas à Justiça do Rio de Janeiro no início deste mês de agosto, onde o ex-jogador pediu também que os R$ 3.327,48 sejam devolvidos.
A defesa de Dunga já rebateu o senador e apontou que "não existe qualquer prova de que a quantia bloqueada tem natureza de reserva de patrimônio destinado a assegurar o mínimo existencial de Romário e sua família".
Além disso, lembrou que ele hoje ocupa o cargo de senador da República, cujos vencimentos e adicionais são de quantias vultuosas. Sem contar, claro, que Romário é um ex-jogador de futebol renomado e que fez fortuna na profissão. Para completar, recentemente, virou presidente do América-RJ e recebeu altos valores por uma série que leva seu nome lançada em uma plataforma de streaming.
Dessa forma, a defesa de Dunga pede que o pedido de impugnação à penhora feito por Romário seja rejeitado pelo tribunal.
Como começou a disputa judicial
Em julho, a Justiça do Distrito Federal bloqueou as contas do senador Romário por conta de uma dívida com Dunga, que foi seu companheiro na conquista do tetracampeonato pela seleção brasileira, em 1994.
Segundo certidão publicada na última quinta-feira (25), o tribunal anexou ao processo, que existe desde 2018, comprovantes de pesquisa Sisbajud nos ativos financeiros de Romário, com o bloqueio de R$ 3.327,48
Esse foi o valor encontrado nas contas bancárias do senador, que tem uma dívida de R$ 56.807,05 com Dunga.
O bloqueio acontece um mês depois de a Justiça cancelar um leilão de um apartamento de Romário no Rio de Janeiro. O imóvel ia a certame para quitar o débito com Dunga, mas, na véspera, o evento foi cancelado. O apartamento fica no bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, e seria vendido com lance mínimo de R$ 230 mil.
Na ocasião, o tribunal cancelou o pregão após constatar que existem dívidas mais antigas no registro do imóvel, o que impedia que ele fosse vendido para pagar a dívida de Romário com Dunga.
Juntos, Romário e Dunga foram tetracampeões mundiais de futebol com a seleção brasileira em 1994, mas hoje são desafetos declarados.
A briga entre a dupla começou em 2015, quando Romário criticou Dunga publicamente — na época, o capitão do tetra era técnico da seleção brasileira. O senador criticou as convocações e insinuou que existia favorecimento a empresários.
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Quero receberO ex-camisa 8 do Brasil, então, acionou a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, o que motivou Romário a ingressar com processo por danos morais, cobrando R$ 500 mil. Porém, o pedido não foi para a frente.
Em 2018, Dunga foi à Justiça exigindo cerca de R$ 100 mil para Romário arcar com suas despesas com advogados no processo por danos morais. O senador teve seus bens bloqueados por conta da ação e não conseguiu reverter a decisão.
A coluna procurou Romário para comentar o bloqueio, mas não conseguiu contato. A reportagem será atualizada caso queira se manifestar.
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