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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Na Justiça, parceira que não pagou Corinthians tem calotes de R$ 3 milhões

Diego Garcia, Colunista do UOL

22/03/2022 04h00

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A Taunsa, parceira do Corinthians na contratação de reforços que ainda não fez parte dos pagamentos devidos, conforme revelou a coluna do Perrone, do UOL Esporte, ontem (21), já possuía pelo menos três processos por calotes nos tribunais de Justiça de São Paulo que, somados, passam de R$ 3 milhões.

Em um deles, a empresa é cobrada em R$ 2,6 milhões devido à rescisão de um contrato de investimentos que não foi quitado. A ação, de 2020, é movida por um empresário, que injetou R$ 1,3 milhão em um projeto do novo patrocinador corintiano.

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No caso, o empresário investiu em uma iniciativa de financiamento internacional por intermédio da Taunsa, que deveria resultar em um retorno de US$ 50 milhões. O valor foi depositado, mas o acordo foi rescindido no fim do ano seguinte sem o retorno esperado.

Dessa forma, ficou acordado que a empresa pagaria o valor de R$ 2,050 milhões a título de devolução do investimento realizado, em quantia atualizada com juros, até abril de 2019. Porém, a Taunsa sumiu sem acertar a dívida, o que motivou o empresário a ir à Justiça. O valor, atualizado, hoje supera R$ 3 milhões.

À procura

Foram anexadas provas sobre o calote, razão pelo qual o juiz Rodrigo Chammes determinou, em dezembro de 2020, o pagamento do débito por parte da Taunsa em até 15 dias a partir da citação por um oficial de Justiça.

Contudo, até o momento nem a empresa nem seu CEO, Cleidson Cruz, foram encontrados, mesmo com diversas cartas de citação e intimação emitidas pelo Poder Judiciário.

Após diversas tentativas, o empresário pediu a expedição de ofícios a companhias telefônicas a fim de localizar o dono da Taunsa. A Justiça autorizou a expedição de alvará para busca de endereço das partes em cadastros de órgãos públicos ou empresas privadas.

O juiz determinou que a via digitalmente assinada de um despacho emitido em agosto do ano passado serviria como alvará judicial para buscar os endereços da Taunsa e de Cleidson. Até o momento, a Justiça ainda não havia encontrado as partes.

A coluna procurou a Taunsa para os esclarecimentos dos fatos. A empresa mandou uma nota: "A Taunsa Group e seus sócios nunca se esquivaram de prestar esclarecimentos ao Judiciário. Os processos mencionados são antigos e estão em andamento. A empresa confia plenamente na Justiça e não fará comentários."

Mais dois casos

Em outro processo ao qual a coluna teve acesso, a Global Soluções em Logística diz que prestou um serviço à empresa sem ter recebido. A cobrança é de R$ 22 mil.

Nesse caso, o Judiciário também deu 15 dias para a Taunsa efetuar o pagamento. O mesmo ocorreu em um processo da Sul América Companhia de Seguros, que cobra R$ 20 mil, em valores atualizados, da empresa desde fevereiro de 2018.

Paulinho teve seu retorno ao Corinthians ligado à parceria do clube com Grupo Taunsa. Recentemente, em entrevista ao programa "Grande Círculo", do SporTV, sem citar o nome da empresa, o presidente corintiano, Duilio Monteiro Alves, disse que um patrocinador paga 100% da remuneração de Paulinho.

A empresa, porém, ainda não fez ao menos parte dos pagamentos que deveria ter realizado para o Alvinegro, conforme apurou a coluna do Perrone.