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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Condenado por estupro, Robinho vai à Justiça para poder andar de patinete

Colunista do UOL

02/03/2022 04h00

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Robinho, ex-atacante do Santos condenado na Itália a nove anos de prisão por estupro, mas que vive livre no Brasil por não poder ser extraditado, foi à Justiça tentar uma liminar que o autorize a rodar com seu patinete elétrico pela Baixada Santista sem que seja abordado pela polícia ou tenha o veículo apreendido novamente. O alvo da ação é o departamento de trânsito de Santos.

Robinho teve o patinete elétrico apreendido em 30 de novembro de 2021, quando passeava pela orla da praia de Santos. O jogador foi à Justiça para conseguir retirar o veículo do pátio e pediu que o tribunal lhe conceda "o direito à liberação e uso do patinete elétrico".

Patinete modelo X12 3.000W como o apreendido com o ex-jogador do Santos Robinho - Reprodução/Goo Elétricos - Reprodução/Goo Elétricos
Patinete modelo X12 3.000W como o de Robinho
Imagem: Reprodução/Goo Elétricos

Robinho alegou que foi abordado por policiais militares que procederam à apreensão, com recolhimento ao pátio municipal pela ausência de registro e falta de habilitação do condutor.

No processo, Robinho se comprometeu a não transitar mais com o veículo até que o poder público regulamente a sua utilização, caso seja o entendimento do tribunal. O ex-atleta ainda pediu para não ter que arcar com taxas ou multas de qualquer natureza.

Ocorre que o patinete elétrico de Robinho é o modelo X12 3.000W, que se assemelha a uma moto Scooter. Existe um limbo na legislação sobre o uso desse tipo de veículo em vias públicas. Assim, o atacante foi abordado pela polícia, que apreendeu o material.

O ex-atacante pediu uma liminar para liberar o patinete do pátio municipal e evitar a apreensão por tempo indeterminado do veículo ainda não regulamentado. Em decisão já publicada, a Justiça permitiu a retirada do equipamento, mas não liberou sua utilização.

O processo do patinete foi aberto dias antes de ser condenado pela Justiça Italiana a nove anos de prisão pelo crime de estupro, quando defendia o Milan. O caso ocorreu em Milão, na boate Sio Cafe, durante a madrugada de 22 de janeiro de 2013.

Robinho vive um dia a dia mais isolado desde que sua condenação por estupro em segunda instância tornou-se pública, em 2020. Quando foi parado pela polícia e teve seu patinete confiscado, o jogador aguardava a decisão em última instância da Justiça Italiana.

No dia 19 de janeiro, Robinho foi condenado a nove anos de prisão. Como é cidadão brasileiro, não pode ser extraditado para ser preso na Itália, mas ainda existe chance, mesmo que remota, de que possa cumprir a pena no Brasil. Ele entrou na lista vermelha da Interpol e não pode deixar o país. Enquanto isso, segue em liberdade por aqui.

A vítima do estupro é uma mulher albanesa que, na época, comemorava seu aniversário de 23 anos. Além de Robinho, Ricardo Falco, amigo do atleta, e outros quatro brasileiros foram denunciados por terem participado do ato.