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Palmeirense de 66 anos curou da Covid e vai ao Uruguai sem ingresso e hotel
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O engenheiro Antônio João Zanon, 66, acabou internado em abril desse ano por complicações da Covid-19. Foram momentos de apreensão antes de melhorar e sair com vida do Hospital Osvaldo Cruz, em São Paulo. Seis meses depois, viajou para o Uruguai acompanhar seu Palmeiras na final da Libertadores. Detalhe: sem ingresso e nem lugar para dormir, em um bate e volta de ônibus!
A viagem foi um presente surpresa dos filhos, o médico Enrico, 38, e o publicitário Enzo, 35. O pai não segurou a emoção ao receber a notícia, na última quarta-feira. "Quando contei para ele da viagem, começou a chorar e disse 'não acredito, obrigado por tudo'", contou Enrico.
A ida a Montevidéu para acompanhar a decisão vem após um ano difícil para a família Zanon. Antônio foi contaminado pela Covid dia 1 de abril. Uma semana depois, foi internado e entubado. Passou 30 dias de sufoco no hospital até melhorar e ser liberado.
Em seguida, foram mais dois meses de fisioterapia para, enfim, deixar sem sequelas a doença que tirou a vida de mais de 600 mil brasileiros.
"Você não pode imaginar a emoção que estou sentindo de estar indo com eles. Eu nasci novamente neste ano. E agora estou indo graças a eles, que quiseram me levar. Estou emocionado", disse Antônio à coluna.
Agora, o trio seguiu rumo à grande final da Libertadores. Primeiro, de avião saindo de São Paulo a Porto Alegre. Depois, de ônibus até Montevidéu, com chegada às 11h deste sábado. Eles vão ficar pelas ruas até a hora da partida - marcada para as 17h, de Brasília.
A família Zanon tem o costume de acompanhar o Palmeiras do estádio. Além de Antônio, Enrico e Enzo, a mãe Carla também vai com eles aos jogos. Mas, desta vez, não pôde ir à decisão para ajudar a cuidar de um dos netos. Deixou a tarefa aos filhos, que voltaram a frequentar o Allianz recentemente, após a liberação de público, em companhia do pai.
Após chegar no Uruguai, o trio pretende conseguir ingressos de cambistas na porta do Estádio Centenário, pois receberam a informação de amigos já presentes em Montevidéu de que ainda têm muitas entradas disponíveis. Na sequência, independentemente do resultado, às 22h pegam outro ônibus de volta a Porto Alegre, onde retornam a São Paulo apenas 16h de domingo.
"Essa loucura é pelo Palmeiras, lógico, e principalmente pelo meu pai. Ele merece, por toda essa história de superação", contou Enrico.
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