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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Empresas fantasmas sediadas em buffet levaram R$ 500 mil em escândalo do SP

Estádio do Morumbi após a vitória do São Paulo em cima do Corinthians - Brunno Carvalho/UOL
Estádio do Morumbi após a vitória do São Paulo em cima do Corinthians Imagem: Brunno Carvalho/UOL

com Pedro Lopes e Thiago Braga, do UOL

01/11/2021 04h00

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O Ministério Público encontrou pagamentos a duas empresas consideradas fantasmas pelo órgão em meio à polêmica transferência do zagueiro Iago Maidana ao clube, em 2015.

De acordo com investigação sigilosa à qual o UOL Esporte teve acesso, o Monte Cristo - clube da 3ª divisão do futebol goiano para onde o atleta se transferiu antes de ir ao São Paulo - fez duas transferências a duas empresas de equipamentos de informática, no valor de R$ 250 mil cada, na mesma época do recebimento de pagamentos pela ida de Iago ao clube tricolor.

Ambas, porém, existiam apenas no papel, e era registradas em um endereço onde funcionava um buffet infantil.

"Tais empresas favorecidas são fantasmas", constatou o MP. "São empresas de fachada criadas unicamente com o intuito de encobrir o verdadeiro destinatário do dinheiro", acrescentou.

Além disso, pesquisas no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontaram que os mesmos funcionários demitidos da primeira empresa (chamada Salt Informática) - foram contratados pela segunda (AMM Suprimentos).

De acordo com o MP, tal manobra é claro indicativo de anotações fraudulentas de vínculos empregatícios. Em planilhas, o órgão ligou os R$ 500 mil repassados às empresas ao pagamento de R$ 2 milhões do São Paulo ao Monte Cristo pela transferência.

O Ministério Público foi procurado para comentar por que as empresas não foram indiciadas no processo, mas afirmou que a investigação está em segredo de Justiça e, por isso, não poderia comentar. A reportagem tentou entrar em contato com as empresas e seus representante por meio de números de telefone que constavam na investigação, mas eles ou não foram atendidos ou já pertenciam a terceiros não relacionados às empresas. Também houve tentativa de contato por meio de um endereço de e-mail cadastrado no nome das empresas na receita federal, mas não houve resposta.

A coluna também buscou falar com os agentes que participaram da negociação na época, mas também não teve retorno. A diretoria do Monte Cristo também foi procurada: a reportagem tentou contato por telefone e mensagens, em vão, mas fica à disposição caso qualquer uma das partes queira se manifestar. O texto será atualizado tão logo entrem em contato.