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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Após denúncias contra cartolas, torcedores divulgam campanha para mudar SP

com Pedro Lopes e Thiago Braga

01/10/2021 09h51

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Torcedores do São Paulo iniciaram campanha para separar o clube social do futebol após o UOL revelar denúncias do Ministério Público que acusam dois membros influentes na atual diretoria, o ex-presidente Carlos Miguel Aidar e outras quatro pessoas de corrupção no clube.

Durante a noite de ontem (30) e a madrugada de hoje (1), a hashtag #SeparaSãoPaulo chegou a 30 mil tweets e foi trending topics no Brasil. Os torcedores tricolores demonstraram indignação por verem o clube nas páginas policiais e desejo de mudar o sistema de escolha para presidente.

Na eleição, os sócios - vários deles que nem torcem para o clube e apenas usufruem das dependências sociais do Morumbi - escolhem os conselheiros, que então votam para definir quem será o presidente do São Paulo. O sistema faz com que os mesmos cartolas se perpetuem no poder.

Na atual gestão, por exemplo, o atual presidente, Julio Casares, foi vice de comunicação de Aidar. Douglas Schwarztmann, ex-diretor de marketing de Aidar, era o secretário-geral - ele pediu afastamento após as denúncias. Já Leonardo Serafim, também denunciado pelo MP, era diretor jurídico na mesma época, e hoje, mesmo sem cargo, é o homem-forte de Casares.

Ainda existem outros diretores que fizeram parte da gestão Aidar. Por exemplo, Antônio Donizetti, que era vice do social e hoje é o diretor do departamento. Olten Ayres era assessor da presidência de Carlos Miguel e hoje é o presidente do conselho.

O inquérito do Ministério Público apura se houve os crimes de organização criminosa, estelionato ou furto mediante fraude e lavagem de capitais cometidos por dirigentes tricolores.

A representação investigou a contratação de Iago Maidana, que lesou os cofres do São Paulo, e ainda comissões ilegais na negociação com a Under Armour e na contratação do escritório de advocacia José Roberto Cortez Advogados.

Segundo a denúncia, Leonardo Serafim teria cometido crime patrimonial e lavagem de capitais durante a gestão Aidar no São Paulo. O advogado foi denunciado por furto qualificado com abuso de confiança e mediante concurso de duas ou mais pessoas. A pena é de reclusão de três a oito anos.

Douglas, por sua vez, era diretor de marketing de Aidar e hoje é o atual secretário-geral do clube. O MP aponta que pairavam suspeitas de irregularidades no exercício de Schwartzmann no cargo de diretor de marketing da gestão Aidar. O órgão ainda encontrou indícios de participação dele em manobra de lavagem de capitais.

Em decisão publicada pela juíza Marcia Mayumi Okoda Oshiro, foi determinado que os acusados respondam às acusações em até dez dias e ainda ofereçam documentos para especificar as provas pretendidas. Também podem indicar testemunhas. Serafim diz que vai se manifestar no processo, assim como Aidar, enquanto Douglas prometeu provar inocência.