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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Secretário-geral pede afastamento do São Paulo após ser denunciado pelo MP

Douglas Schwartzmann, secretário-geral do São Paulo - Divulgação/São Paulo
Douglas Schwartzmann, secretário-geral do São Paulo Imagem: Divulgação/São Paulo

com Pedro Lopes e Thiago Braga

30/09/2021 18h19

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Douglas Schwartzmann, secretário-geral do São Paulo Futebol Clube, pediu afastamento das suas funções hoje (30) depois que o UOL revelou que o Ministério Público do Estado de São Paulo o tornou réu ao lado de Leonardo Serafim, ex-diretor-jurídico e homem forte da atual gestão, por corrupção. Além deles, o MP denunciou o ex-presidente do clube Carlos Miguel Aidar, sua ex-namorada Cinira Maturana, o advogado José Roberto Cortez, Maria Eugenia Cortez e mais duas pessoas.

Ele enviou uma carta ao presidente Julio Casares dizendo que precisaria ficar afastado do clube por período indeterminado para "provar sua inocência". Segundo fontes que tiveram acesso à carta, Schwartzmann escreve que o MP está equivocado nas conclusões e vai brigar para mostrar que não tem culpa.

"É um pedido de licença para preservar a instituição e a gestão e estou certo será que comprovada minha inocência em breve", disse Douglas ao UOL.

O pedido foi feito antes de conselheiros de oposição conseguirem protocolar um requerimento que pedia o afastamento provisório de Serafim e Schwartzmann —a ação dependia de 63 assinaturas.

O inquérito

O inquérito apura se houve os crimes de organização criminosa, estelionato ou furto mediante fraude e lavagem de capitais cometidos por dirigentes tricolores.

A representação investigou a contratação de Iago Maidana, que lesou os cofres do São Paulo, e ainda comissões ilegais na negociação com a Under Armour e na contratação do escritório de advocacia José Roberto Cortez Advogados.

Segundo a denúncia, Leonardo Serafim teria cometido crime patrimonial e lavagem de capitais durante a gestão Aidar no São Paulo. O advogado foi denunciado por furto qualificado com abuso de confiança e mediante concurso de duas ou mais pessoas. A pena é de reclusão de três a oito anos.

Douglas, por sua vez, era diretor de marketing de Aidar e hoje é o atual secretário-geral do clube. O MP aponta que pairavam suspeitas de irregularidades no exercício de Schwartzmann no cargo de diretor de marketing da gestão Aidar. O órgão ainda encontrou indícios de participação de Schartzmann em manobra de lavagem de capitais.

Em decisão publicada pela juíza Marcia Mayumi Okoda Oshiro, foi determinado que os acusados respondam às acusações em até dez dias e ainda ofereçam documentos para especificar as provas pretendidas. Também podem indicar testemunhas. Serafim diz que vai se manifestar no processo, assim como Aidar, enquanto Douglas prometeu provar inocência.