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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Funcionária que acusa assédio recorre para aumentar pena de Caboclo na CBF

Rogério Caboclo, presidente da CBF - Thiago Ribeiro/AGIF
Rogério Caboclo, presidente da CBF Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

com Igor Siqueira, do Rio de Janeiro (RJ), para o UOL

17/09/2021 12h16

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A defesa da funcionária que acusa Rogério Caboclo de assédio moral e sexual aguarda para os próximos dias uma resposta da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro ao embargo de declaração relacionado à sentença que afastou o dirigente da presidência da CBF por 15 meses. A entidade também está na expectativa para, então, marcar a assembleia geral com as federações, cujo objetivo será deliberar sobre a sanção imposta a Caboclo.

Os embargos de declaração servem para contestar a decisão da Câmara de Julgamento da Comissão de Ética, que desclassificou o enquadramento de Rogério Caboclo de assédio para "conduta inapropriada" em relação à funcionária. Se os argumentos da defesa forem aceitos, a pena será majorada.

Enquanto isso, Caboclo age em outras frentes: há dois recursos na Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem (CBMA), órgão de justiça privada que resolve litígios em algumas questões envolvendo a CBF.

Uma das tentativas é derrubar a suspensão total de 15 meses, que o deixa fora do cargo até setembro de 2022. O mandato expira em abril de 2023.

Já o outro recurso é para contestar o afastamento preventivo de 60 dias, aplicado em um segundo processo. O diretor de tecnologia da informação da CBF, Fernando França, acusa Caboclo de assédio moral e cita que o cartola queria que ele espionasse e-mails e telefones de outros funcionários da entidade.

Na primeira denúncia, feita pela funcionária da CBF, a acusação de Caboclo se baseia em áudios nos quais o cartola pergunta a ela: "Você se masturba?" Em outro episódio, a funcionária relata que Caboclo a ofereceu biscoito de cachorro.

O presidente afastado, por sua vez, nega as acusações de assedio e diz que trata-se de "mais um capítulo da armação do ex-presidente Marco Polo Del Nero, banido do futebol por corrupção, para me tirar da CBF e reassumir o controle da entidade por meio de seus aliados".

Hoje, a funcionária já voltou ao trabalho na CBF, enquanto Caboclo está impedido pela Justiça do Trabalho de pisar na confederação.