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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Conselheiros pedem apuração de conduta de ex-diretor influente no São Paulo

Leonardo Serafim, ex-diretor do São Paulo - Divulgação
Leonardo Serafim, ex-diretor do São Paulo Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

21/07/2021 04h00

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Com Pedro Lopes, de São Paulo (SP)

Um grupo de conselheiros do São Paulo protocolou no Conselho Deliberativo do clube uma representação contra o ex-diretor jurídico Leonardo Serafim, conselheiro vitalício do time tricolor, para apurar denúncia feita em reportagem do UOL no último dia 7 de julho.

Os conselheiros Marco Paixão, Daniel Dinis Fonseca e Rosalvo Beiro pediram que seja apurado e julgado o comportamento de Serafim por prática de dano à imagem do São Paulo e ato de gestão irregular, com base em artigos do regimento interno do clube.

Apesar de ex-diretor, Serafim é bastante envolvido com a atual gestão. Além de conselheiro vitalício, ele costuma participar de decisões importantes. No anúncio do último patrocínio, por exemplo, ele esteve presente junto à diretoria. Ele é considerado o homem forte do presidente Julio Casares.

O UOL revelou que o Ministério Público de São Paulo investiga em sigilo uma série de operações financeiras no São Paulo e encontrou uma transferência de R$ 50 mil, em setembro de 2015, da empresa de Cinira Maturana, então namorada do então presidente Carlos Miguel Aidar, para o então diretor jurídico São Paulo, Leonardo Serafim.

A investigação do MP apura denúncias de desvio de dinheiro na gestão Aidar. Namorada do presidente durante o mandato, Cinira Maturana está no centro das operações. Um dos escândalos que atingiram a gestão foi um contrato pelo qual o São Paulo se comprometia a pagar à TML Foco, de Cinira, uma comissão sobre todos os negócios fechados no clube.

O MP encontrou "uma remessa de R$ 50 mil para Leonardo Serafim dos Anjos, diretor jurídico do São Paulo Futebol Clube". O dinheiro foi transferido das empresas de Cinira para o dirigente, na mesma semana em que Cinira recebeu R$ 360 mil em comissões por negócios fechados com participação do departamento jurídico do São Paulo, comandado por Serafim.

Segundo o inquérito, a remessa ocorreu no dia 11 de setembro de 2015, perto da chegada do zagueiro Iago Maidana ao clube, após pagamento de R$ 1 milhão ao Monte Cristo. Na investigação, o Ministério Público fez uma representação gráfica em diagrama, ilustrando uma suposta "rachadinha" com um escritório de advocacia.

Procurado pela reportagem, Serafim disse que não tinha conhecimento da representação aberta no clube. Na ocasião da matéria que divulgou a investigação, ele afirmou que não poderia comentar, pois também desconhecia o inquérito, que se encontra sob sigilo. "A violação do segredo de justiça pode configurar crime, mas esclareço que eventuais esclarecimentos, quando se fizerem necessários, serão prestados oportunamente", disse.