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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Neymar é engolido, apanha e cai muito em Maracanã que virou casa argentina

Neymar cai e reclama de dor durante a final da Copa América entre Brasil e Argentina - Thiago Ribeiro/AGIF
Neymar cai e reclama de dor durante a final da Copa América entre Brasil e Argentina Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Colunista do UOL

10/07/2021 22h51

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A permissão de torcida no Maracanã fez que o estádio brasileiro virasse a casa argentina na decisão da Copa América. Mais animados, pulando e cantando sem máscara nas arquibancadas, os torcedores visitantes fizeram a diferença. Embalados, os argentinos esbanjaram vontade e engoliram Neymar, que deu raça, mas para variar apanhou e caiu muito. A Argentina foi campeã após vencer o Brasil por 1 a 0.

O camisa 10 brasileiro, assim como toda a equipe, esteve em uma noite ruim. Richarlison, Everton Cebolinha, Paquetá, Casemiro, todos tiveram dificuldades. Mas especialmente Neymar, que sofreu rodízio de faltas. Uma a cada quatro infrações dos argentinos foram em cima do principal jogador brasileiro.

A intensidade argentina foi decisiva do começo ao fim da partida. No início do segundo tempo, por exemplo, Neymar girou no campo de defesa, carregou a bola pelo meio e deu passe na direita puxando um contragolpe. Porém, Lo Celso chegou com tudo no carrinho e fez a falta no brasileiro. Foi assim do começo ao fim.

O lance esboçou só um retrato do que foi a partida. A Argentina entrou para acabar com os 28 anos sem títulos. E coroar um dos maiores jogadores da história com seu primeiro troféu por seu país. Lionel Messi não brilhou e perdeu gol incrível no fim. Só que contou com a sorte de outro grande nome da Argentina, Dí Maria, para encerrar o jejum.

O jogo foi duro, mas os argentinos esbanjaram vontade. O esquema da seleção não encaixou, a exemplo do que já havia acontecido na semifinal, contra o Peru, e nas quartas, contra o Chile, quando o Brasil não foi superior aos rivais. Mas o primeiro tempo com a Argentina poderia ter terminado 0 a 0, não fosse falha de Lodi.

No lance decisivo, ainda aos 21 minutos, De Paul lançou para Di María, que não desperdiçou a bobeira do lateral esquerdo da seleção para sair frente a frente com Ederson e decidir, com categoria, por cobertura, e abrir o placar para o time visitante. Para explosão dos torcedores albicelestes no setor sul do Maracanã

Anulado, Neymar se esforçou, mas nada pode fazer em mais um jogo importante pela seleção. Até aqui, foram só três tentos em 11 partidas contra a Argentina. Fez outros seis em mais 14 jogos diante das potências do futebol mundial. Sua média de gols contra esses times é de 0,36 por jogo, bem menor do que os 0,6 que tem no geral pelo Brasil, aí contando times menores.

Com Neymar ofuscado, Messi, Di María e companhia, enfim, colocaram um ponto final na agonia. O jogo só teve público graças à pressão da AFA (Associação de Futebol Argentino) em cima da Conmebol para a liberação de público, que fez argentinos de todas as partes comparecerem com testes de PCR. Parabéns aos envolvidos que transformaram o Maracanã na casa argentina.