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Diego Garcia

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Corinthians é limitado, falha muito e parece que o pior ainda está por vir

Colunista do UOL

02/06/2021 23h24

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O Corinthians de Sylvinho conseguiu nesta quarta ser ainda pior que a estreia. Escalação equivocada, bolas sem sentido cruzadas na área sem centroavante, falhas defensivas, zagueiro que tenta sair jogando errado, muito espaço aos contra-ataques, pouca produtividade ofensiva... Um show de horror.

Em 180 minutos - 90 pelo Brasileiro e 90 pela Copa do Brasil - já está 3 a 0 para o Atlético-GO. Com todo respeito, mas é um time que nem sequer chegou à final do Campeonato Goiano - e dominou completamente o Corinthians nas duas partidas. O pior é que, do jeito que a coisa anda em Itaquera, parece que vem mais semana que vem. E mais ainda na sequência do ano.

Sylvinho acabou de chegar, é verdade. Mas demonstra desconhecimento do elenco. O time, que já não é lá essas coisas, parecia estar se acertando no esquema com três zagueiros. Mas quis impor suas convicções logo de cara. Insistiu com Camacho. Parece buscar transição e velocidade em um jogador que nunca demonstrou isso no clube. Gil tem nome, experiência e é vitorioso, mas faz tempo que está abaixo do que já foi.

Claro que o problema vem de antes de Sylvinho. Por que entra treinador, sai treinador, e Cantillo continua mofando no banco de reservas do Corinthians? Não é um craque, mas me parece o único que consegue ter uma regularidade na troca de passes, arriscar lançamentos, tentar algo diferente. Não é, ao menos, melhor que Camacho, Ramiro, Araos?

Durante todo o primeiro tempo, quem assistiu ao jogo só pensava em qual era o sentido de o Corinthians cruzar na área do Atlético-GO se não tinha um único centroavante de origem no time. Esperavam que Luan ou Vital fizessem um gol de cabeça?

Nos dois primeiros jogos, deu para ver que Sylvinho quer promover uma estratégia de pressão no campo de ataque do adversário. Que vem falhando pelo simples fato de que o time é taticamente limitado e ainda pouco inspirado individualmente. Os treinadores também não ajudam.

Nos dois jogos, Sylvinho lembrou Mancini. O time péssimo nos 45 minutos iniciais, mas volta o mesmo do intervalo. Quando todos esperavam alguma mudança. Nada! A mesma equipe. Na estreia, demorou 15 minutos para fazer a primeira substituição. Hoje, ainda mais: 19. Só depois que Fagner foi expulso - injustamente, diga-se de passagem.

Quando isso aconteceu, sabe lá Deus porquê, Sylvinho tirou Vital e colocou Bruno Mendez. Queria segurar o 2 a 0 adverso? E, finalmente, sacou Camacho. Colocou Gabriel - que deveria ter saído como titular. Aos 28, tirou Luan - outro que fez hora extra - e mandou Léo Natel a campo. Também não entendi. Roni e Jô entraram faltando cinco minutos!

As coisas não estão funcionando coletivamente no Corinthians. Individualmente, então, nem se fala. Ainda estamos em junho e já está praticamente eliminado da Copa do Brasil. Perdeu o Paulista sendo atropelado pelo arquirrival. Passou vergonha na Sul-Americana, levando 6 a 0 no placar agregado do Peñarol - e só jogou bem quando nada valia.

Sylvinho ainda está chegando e precisa de tempo para trabalhar, colocar suas impressões e convicções em campo até que consiga algum resultado. Mas, agora, é provável que só reste ao Corinthians o Brasileiro. E esse também é um problema. O pior ainda está por vir?