Danilo Lavieri

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Ancelotti faz Brasil dar bons sinais, mas ainda tem arestas a aparar

A tão aguardada estreia de Carlo Ancelotti no comando da seleção brasileira finalmente aconteceu. Com toda a expectativa gerada em torno do experiente treinador italiano, os dois primeiros testes - um empate sem gols contra o Equador, fora de casa, e uma vitória magra por 1 a 0 sobre o Paraguai, em São Paulo - ofereceram um panorama misto: lampejos promissores, mas também sinais de que o caminho até uma atuação 100% convincente será longo.

O principal trunfo da estreia de Ancelotti foi devolver a solidez defensiva e a atitude coletiva. Casemiro, que ficou de fora das últimas convocações sob o pretexto de renovação, parece ter renascido sob o novo comando. Atuando com liderança e intensidade, devolveu o espírito competitivo à equipe e deu ao setor central uma estabilidade que há tempos não se via. O time até aqui tinha sofrido 14 gols e passou dois jogos sem ser vazado.

Outro destaque foi Matheus Cunha. Ainda que longe dos holofotes de outras estrelas, o atacante mostrou inteligência tática e capacidade de articulação ao jogar recuado, funcionando como elo entre o meio e o ataque. Sua movimentação e visão de jogo deram fluidez a um setor que, nos últimos tempos, se mostrava travado. É verdade que o ritmo caiu no segundo tempo e que ele perdeu um gol claro, mas foi um bom primeiro sinal.

Na zaga, a surpresa foi Alexsandro. Longe de ser conhecido do público, ele foi logo escalado como titular e surpreendeu positivamente. Seguro, técnico e com boa leitura de jogo, foi um dos pilares defensivos da equipe nas duas partidas, ajudando muito na bola aérea. Virou nome certo na próxima lista.

Por outro lado, justamente nas laterais residem as principais dúvidas deixadas por Ancelotti nestes primeiros compromissos. Vanderson, pela direita, foi um pouco melhor na recomposição, mas pecou muito na efetividade no apoio. Já Alex Sandro mostrou certa insegurança e viu até mesmo Beraldo ser testado por lá.

Outro nome que ainda não se encontrou com a amarelinha é Bruno Guimarães. Dono de atuações sólidas e técnicas no Newcastle, o meio-campista não conseguiu repetir esse desempenho com a seleção. Preso entre funções defensivas e a construção ofensiva, ficou apagado, sem protagonismo e com pouca influência na dinâmica do jogo. É difícil entender o motivo de ele ser seleção de tudo na Premier League e estar tão abaixo na amarelinha.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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