Presidente revela inspiração no Palmeiras para reformulação do Sport
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Adversário de hoje na partida das 18h30 contra o Palmeiras, o Sport quer usar o Brasileirão de 2025 como um marco para concretizar a reformulação iniciada desde 2022, com a mudança de gestão e a entrada de Yuri Romão na presidência. Curiosamente, o dirigente admite que várias de suas inspirações estão justamente no rival desta tarde.
A filosofia do clube desde então tem sido apostar alto nas categorias de base, tanto em estrutura, quanto em profissionais, assim como fez o Alviverde em 2013 com a entrada de Paulo Nobre. Atualmente, o clube tem 85 atletas que residem no alojamento do Centro de Treinamento do clube, que foi recentemente reformado. Todos eles têm acompanhamento nutricional, psicológico e escolar.
Além disso, os cinco campos foram totalmente reformados, um deles com gramado sintético, e os investimentos agora se voltam para um novo centro administrativo e academia exclusiva para a base.
"O que vai levar o Sport para um outro patamar, nos mudar de prateleira, é a base. Nós investimos na contratação de profissionais capacitados e na estruturação dos núcleos de performance, saúde e captação de atletas. Também trabalhamos na reforma de dois campos, e na construção de um campo sintético de uso exclusivo da base. Tudo está sendo feito para dar as melhores condições aos atletas", explicou Yuri Romão à coluna.
No ano passado, o time da Ilha do Retiro fez o que considera a maior venda de um jogador dos times do nordeste. O lateral-direito Pedro Lima foi para o Wolverhampton, da Inglaterra, por 10 milhões de euros referentes aos 87,5% dos direitos econômicos do jogador, aos quais o Sport detinha 70%. Além disso, ainda há uma previsão de 12,5% sobre o lucro obtido pelo Wolves em uma eventual venda futura.
Pedro Lima chegou ao Sport pelo futsal, entrou para o futebol de campo na categoria sub-15, disputou duas semifinais seguidas pela categoria sub-17, na Copa do Brasil, e de competições fora do país em 2023, como a Algarve Cup. Ele também foi titular da seleção brasileira na Copa do Mundo sub-17, no final do ano passado.
Outra parte do plano está na remodelação da Ilha do Retiro. O ponto principal para a geração de novas receitas do Leão vem da aprovação, no final do ano passado, da viabilidade ao projeto arquitetônico da 'nova' Ilha do Retiro, em uma reforma que não mexe na estrutura tradicional do imóvel.
A capacidade, que hoje é de 26 mil lugares, será aumentada para pouco mais de 35 mil, com a inclusão de cadeiras e mais de 200 camarotes.
"Estamos estrategicamente muito bem localizados, e com a futura conclusão das obras, Recife passa a ganhar mais um polo de turismo e entretenimento, com opções de empreendimento, lazer, gastronomia e cultura, além, é claro, de uma praça moderna para continuar recebendo eventos esportivos, que é a verdadeira referência de todo torcedor do Leão", aponta Romão.
Na nova Ilha do Retiro, também está prevista a construção de um ginásio multiuso para 4 mil pessoas, que abrigará não somente competições esportivas como também eventos corporativos e convenções, com diferentes opções de gastronomia, comércio e cultura.
"Passei um dia no Allianz Parque conhecendo toda a estrutura de funcionários, marketing e comercial. Estamos buscando conhecimento e as melhores referências, pois consideramos que a Ilha do Retiro está em uma área muito importante de Recife, e acho que podemos fazer algo semelhante aqui. Temos que aprender com quem faz certo, esse é o pensamento que tenho", afirma o mandatário.
Por fim, a reformulação também passa pelo aspecto financeiro. A dívida do Sport, por exemplo, foi reduzida em 72% após a aprovação do Plano de Recuperação Judicial do clube. O valor, que era de R$ 396 milhões, caiu para R$ 109 milhões depois da Assembleia Geral de Credores, que aprovou o projeto da gestão rubro-negra no final do último ano.
A previsão é de que as dívidas trabalhistas serão liquidadas em um prazo de até 12 meses, enquanto as demais obrigações poderão ser quitadas de forma parcelada, com pagamentos trimestrais ao longo de 66 parcelas.
"É uma redução expressiva, que nos dará a previsibilidade e a cidadania empresarial e desportiva para podermos voltar a ter o respeito de credores, do mercado do futebol do Brasil e mundial", celebrou Romão.
O passo final está em andamento, com a transformação do clube em SAF, em modelo ainda a ser definido. "Tudo faz parte de um processo. Nós iniciamos as modernizações em nosso centro de treinamento e na Ilha do Retiro com o carro andando, visto que tivemos que quitar e acertar todas as dívidas com antigos colaboradores, e estamos fazendo isso religiosamente. E também temos consciência que só vamos conseguir dar um salto de gestão com a chegada de um investidor. Mas temos avançado em todos esses pontos mais importantes, a fim de capitalizar novos negócios e recursos que vão além de um jogo de futebol, e isso pode representar um divisor de águas para o Sport no futuro", completou o presidente.
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