Danilo Lavieri

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ReportagemEsporte

Por que jogadores de futebol começam a patentear comemorações na Europa?

Os jogadores de futebol estão levando cada vez mais a sério a ideia de terem se tornado marcas globais. A última novidade que ganha força entre eles é o registro de patentes das comemorações icônicas para o uso que tenha valor comercial.

O caso mais recente vem da Premier League, com o jovem Cole Palmer, da Seleção Inglesa e do Chelsea, que registrou sua comemoração no Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO).

Outros nomes de peso, como Jude Bellingham e Kylian Mbappé, do Real Madrid, e Dani Olmo, do Barcelona, também seguiram esse caminho, reforçando a crescente valorização da identidade visual dos atletas no mercado esportivo.

A ideia é ganhar dinheiro vendendo produtos que sejam relacionados a esses momentos históricos, como explica Bruno Brum, CMO da End to End, agência que é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo. A patente também protege o atleta de que sua imagem seja usada de forma comercial sem que ele também ganhe algo.

"É um movimento novo, que se popularizou principalmente por conta dos videogames e das redes sociais. Isso traz um potencial gigantesco para os clubes, uma vez que essas comemorações contam com o apelo dos torcedores. Por isso, cabe às instituições saberem aproveitar da melhor maneira a imagem dos atletas, investindo em ações e gerando novas oportunidades de receita e engajamento", destaca Bruno.

Fabiano Veronezi, CEO da Fama Licensing, mentora do Manual do Bruxo e parceira de diversos projetos de licenciamento de clubes de futebol, além da gestão de direitos de atletas como Ronaldinho e Emerson Fittipaldi, explica o fenômeno.

"Os jogadores perceberam a força do ambiente midiático no qual estão inseridos. Eles são expostos constantemente pela mídia, seja em entrevistas, seja nas redes sociais", analisa Veronezi.

"Os valores tendem a crescer cada vez mais, e os clubes precisam compreender que desempenham um papel fundamental na construção dessas marcas. A estratégia ideal não é apenas explorar a imagem dos jogadores, mas sim estabelecer colaborações estratégicas (collabs) e desenvolver negócios no formato de revenue share com os atletas. Esse modelo elevaria o patamar das receitas de patrocínio e parcerias a um nível nunca antes visto, beneficiando clubes e jogadores e criando um mercado muito mais dinâmico e rentável", completou o especialista.

O Brasil ainda não tem nenhum registro desse tipo de patente, mas tem tido alguns movimentos nesse sentido, com Gabigol, por exemplo, que tem tentado associar a sua imagem o uso do "predestinado".

Reportagem

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