Postura de patrocinadores explica conivência da Conmebol com racismo
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Futebol é negócio e todo negócio é dinheiro. E só mexendo com essa parte a Conmebol se sentiria realmente obrigada a tomar alguma medida mais drástica contra o racismo que já cansamos de ver nas competições sul-americanas.
Uma reportagem da Máquina do Esporte de ontem (11) explica como a postura de quem coloca dinheiro na entidade sul-americana colabora para que o ambiente continue o mesmo. Nenhuma marca que patrocina a Conmebol fez um questionamento realmente duro em relação à punição aplicada contra o Cerro após os episódios criminosos contra Luighi, do Palmeiras, na Libertadores-sub20.
A empresa que foi um pouco mais contundente foi o Mercado Livre, que, ainda assim, precisa mostrar que não vai parar apenas nas notas. Todas as demais ou se calaram ou emitiram comunicados protocolares (que neste caso tem o mesmo efeito). Coca-Cola, Puma, Crypto.com, Mastercard, TCL, Absolut Sport, DHL, Powerade, Panini, Hyundai, Amstel e Mapfre estão nessa lista.
É curioso que os patrocinadores adotem uma postura tão paciente com episódios como esse. Já vimos no mundo do esporte alguns exemplos de como a reação das marcas é importante para uma cobrança de verdade. Casos como os rompimentos de acordos milionários com Oscar Pistorius, Lance Amstrong, Magic Johnson, Tiger Woods e Kobe Bryant estão aí para não nos deixar mentir e olha que os motivos são os mais variados possíveis.
Enquanto a Conmebol for cobrada apenas com notas oficiais ou ameaças, nada vai mudar. Na verdade, esse episódio é tão bizarro que a entidade ainda vai conseguir ganhar dinheiro ao cobrar uma multa do Cerro Porteño.
Leila Pereira sabe do poder do dinheiro nesse mundo. É por isso que ela faz a ameaça de sair da Conmebol e migrar para a Concacaf, algo que jamais sairia do papel, mas é explicada por essa ótica. A questão é que sozinha ela pode fazer barulho, mas não vai conseguir mudanças de verdade. Enquanto isso, veremos a lista de vítimas de racistas aumentar.
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