Palmeiras luta contra efeito colateral de recusar milhões por titulares
Para conseguir ser candidato a título em todos os campeonatos que disputou nos últimos anos, o Palmeiras adotou uma política que não é muito comum no futebol brasileiro: a de dificultar as vendas de seus atletas.
Com fôlego financeiro por manter uma política responsável desde 2013, o Verdão consegue recusar algumas propostas inimagináveis, como a de 30 milhões de euros por Gustavo Gómez, zagueiro que já tem 31 anos. Um valor completamente fora do mercado, no mesmo patamar da venda de jovens revelações.
O objetivo era claro: não perder esportivamente. O ponto é que a recusa nem sempre surte o efeito imediato. Não é raro Abel Ferreira vir a público para falar que sofre muito nas janelas, especialmente a de meio de ano. E a explicação é razoavelmente simples.
Apesar de terem ótimos salários e estarem em um projeto esportivo vencedor, os jogadores pensam em sair para ganhar ainda mais dinheiro ou até por uma experiência de carreira que faz parte dos sonhos de muitos deles.
Ou seja, ao recusar, o time segura seus melhores jogadores com o objetivo de não perder desempenho esportivo. Às vezes, isso funciona. Piquerez, Raphael Veiga e Zé Rafael são exemplos de atletas que são assediados há muito tempo e continuaram performando bem, ao menos até o ano passado.
Mas muitas vezes isso não funciona. Ainda que seja impossível estabelecer uma conexão direta entre a recusa da proposta e a queda de rendimento, essa é uma das possibilidades trabalhadas pela comissão técnica como explicação para os altos e baixos do time. Ao lado, claro, do aspecto físico, quando alguns atletas caem de produção por não estarem 100%.
O Palmeiras tenta superar tudo isso novamente agora. Eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores, o time segue recusando propostas que não batam na multa de seus atletas. É um risco que a diretoria assume em nome de títulos e que só terá valido a pena com o inédito tricampeonato consecutivo do Brasileirão.
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