CPI das Apostas vira show de horrores e mostra que não tem futuro
A quarta-feira foi mais um dia em que senadores dão show de horrores na CPI da Manipulação de Jogos em Brasília, com direito até uma brincadeira absolutamente machista do líder das investigações, Jorge Kajuru.
De onde será que ele achou uma boa ideia falar, na frente de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, que quando uma mulher chega no estádio pergunta quem é a bola? Em que mundo ele vive? Do que se alimenta? Ainda que fosse em uma sessão apenas com homens, essa brincadeira seria absolutamente repugnante. Tudo isso sendo transmitido ao vivo para quem quisesse assistir.
E nunca é demais lembrar. O evento está sendo patrocinado com o seu, com o meu, com o nosso dinheiro. Na teoria, e só na teoria, eles são os representantes do povo em Brasília.
Em um outro momento, Leila foi questionada sobre o seu time do coração depois de uma brincadeira sobre fidelidade no casamento. Tudo bem ter um certo bom humor, mesmo nas horas mais sérias, mas como esse tipo de pergunta ajudaria na investigação?
No final, a sessão serviu de palanque para Leila Pereira. Esperta que é, a empresária reforçou o seu discurso sobre machismo no futebol, reforçou as provocações a John Textor, dono da SAF do Botafogo, e ainda pediu que as investigações sejam feitas até que achem um culpado. E que esse culpado seja punido de maneira exemplar.
Leila, acho que não é cedo para dizer: essa CPI não vai dar em nada. Se antes de as entrevistas acontecerem eu já tinha dúvida se o material de John Textor era o suficiente para sustentar uma investigação, agora, com a forma que as sessões são conduzidas, eu tenho certeza que só veremos um show de dinheiro público mal empregado.
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