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Danilo Lavieri

REPORTAGEM

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Dissidentes da Libra contratam consultoria para elaborar contraproposta

Nova Liga tenta organizar o Brasileirão a partir de 2025 - Lucas Figueiredo/CBF
Nova Liga tenta organizar o Brasileirão a partir de 2025 Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colunista do UOL

12/05/2022 16h39

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Os clubes que não assinaram com a nova liga do futebol brasileiro no último dia 3 contrataram uma consultoria que fará uma apresentação na reunião da próxima segunda-feira (16), no Rio de Janeiro. O estudo está sendo conduzido pela LiveMode e pela Alvarez & Marsal e tem como objetivo mostrar como é feita a divisão de receitas em outras ligas pelo mundo.

Assim, eles poderão comparar com o que foi proposto por Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Red Bull Bragantino, Cruzeiro, Vasco e Ponte Preta, todos eles representados pela Codajas Sports Kapital, empresa de Flávio Zveiter.

A grande questão dos que não concordaram em entrar na Libra é a divisão financeira. Eles admitem que podem receber menos do que Flamengo e Corinthians, por exemplo, já que os dois têm mais torcida e faturam mais. Mas também querem que essa diferença seja de no máximo 3,5 vezes entre o que mais ganha e o que menos arrecada.

Como já mostrou Rodrigo Mattos, colunista do UOL, a distância já não é tão grande na proposta da Libra. Lembrando que o primeiro campeonato organizado pela Liga seria apenas em 2025.

A LiveMode trabalha atualmente com a organização da Liga do Nordeste, do Paulistão e do Athletico. Ela também esteve na primeira roda de apresentações de projeto de liga de clubes no Brasil ao lado da 1190. Já a Alvarez & Marsal também apresentou seu projeto de liga ao lado da XP e da LaLiga. No futuro, essas duas empresas podem até representar os clubes nas negociações com a Libra.

Na reunião de segunda-feira (16), há a confirmação da presença dos seguintes clubes: América-MG, Chapecoense, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Ceará, CSA, Athletico, CRB, Náutico, Coritiba, Criciúma, Cuiabá, Juventude, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Londrina, Operário, Sampaio Corrêa, Sport, Tombense e Vila Nova. Todos eles assinaram uma carta conjunta recentemente e boicotaram a reunião previamente marcada pela Libra para hoje na sede da CBF.

Além deles, também há a expectativa pela presença de Botafogo, Atlético-MG, Inter, Grêmio, Guarani, Bahia, Novorizontino e Ituano. Esses são os que não assinaram a Libra, mas também não estiveram no último manifesto dos dissidentes e ainda não definiram um lado.

Atlético-MG e Internacional, inclusive, trabalham como mediadores e tentam aproximar os dois lados. Na visão de quem já está ao lado da Libra, Fluminense, Fortaleza e Athletico são os maiores oposicionistas. Os dois primeiros negam esse papel, enquanto o terceiro tem orgulho de admitir publicamente o seu posicionamento.

Especialistas apontam que a formação da Liga é o próximo grande passo para o futebol brasileiro e que as diferenças precisam ser vencidas. O desafio é encontrar um ponto em comum para as equipes do país, como conta o ex-presidente do Tubarão e especialista em direito desportivo, Luiz Henrique Martins Ribeiro.

"O grande desafio da liga é contemplar todos os interesses e chegar a um ponto médio, a uma versão de negociação que seja possível contemplar de forma eficiente a todos. Acredito que é difícil chegar a um acordo em comum, alguns terão que ceder, senão será impossível. Vejo que no caminho do futebol brasileiro, essa liga já poderia ter acontecido há anos, mas o problema não é fazer a liga, mas sim como dividir o dinheiro dela", comentou Luiz Henrique.

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