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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Corinthians tem time de craques no papel e no passado; como será no campo?

Sylvinho comandou treino do Corinthians no CT Dr. Joaquim Grava - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Sylvinho comandou treino do Corinthians no CT Dr. Joaquim Grava Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Do UOL, em São Paulo

16/12/2021 10h24

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O Corinthians está montando um time que deixa qualquer torcedor absolutamente esperançoso de dias melhores. Depois de começar 2021 como candidato a rebaixamento, a equipe agora entra em 2022 com muito mais qualidade. Ao menos na teoria e no passado, os 11 titulares de Sylvinho poderão fazer a Fiel voltar a ser feliz. Mas e a realidade?

Os craques têm nome, sobrenome e muita história no passado, mas estão longe de serem o suficiente para uma temporada inteira. Renato Augusto, 33 anos, Paulinho, 33 anos, Giuliano, 31 anos, Willian, 33 anos, Jô, 34 anos, Cássio, 34 anos, Fábio Santos, 36 anos, Gil, 34 anos, e Fagner, 32 anos. Todos com passagens por seleção, com títulos, mas na fase descendente da carreira.

Na temporada de 2020, o quarteto que fez Sylvinho ser mais cobrado pela torcida não jogou junto em quase nenhuma ocasião. Willian machucou pouco depois de sua chegada, Renato Augusto demorou a conseguir jogar 90 minutos, Giuliano teve lesões na reta final e apenas Róger Guedes sobreviveu ao tranco.

Hoje em dia, as equipes mais vencedoras têm como esqueleto jogadores mais jovens misturado com a experiência. É o que pede o insano calendário brasileiro, que ainda será difícil em 2022 com datas Fifa e uma Copa do Mundo pela frente.

Paulinho fez 24 jogos entre 2020 e 2021 e chega aumentando a folha salarial, que pode crescer ainda mais com a contratação de um novo camisa 9 em um time que tem dívidas perto do R$ 1 bilhão. Cássio já começa a ser questionado pelas várias falhas na temporada, na que talvez tenha sido a pior temporada do goleiro nos últimos anos. Fábio Santos está longe de ser unanimidade, e Gil chegou a perder espaço para o jovem João Victor.

Willian teve a temporada em que menos jogou nos seus últimos anos de carreira, assim como Fagner, que também não conseguiu passar dos 50 jogos como já tinha feito 2016, 2017, 2019 e 2020.

É inquestionável que o elenco alvinegro melhorou e muito na qualidade. A questão é que a expectativa gerada pelas contratações não se transformará em realidade tão facilmente. Pode ser que no Paulista a equipe aguente o ritmo e faça um excelente início de ano. Mas São Paulo e Grêmio estão aí para provar que um bom estadual não garante nada.

Sylvinho também terá que administrar o vestiário de jogadores experientes e precisará ser extremamente apoiado por eles, já que está em início de carreira. Será que é possível montar um esqueleto com a média de idade tão avançada assim? Como reagirá um medalhão ao perder espaço? Quem dará intensidade na marcação em um time com Paulinho, Renato Augusto, Giuliano, Willian, Roger Guedes e Jô?

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL