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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Ideia ofensiva de Tite para em Firmino e quase vira tragédia com Jesus

Mesmo com um a menos, Brasil usou talento de Neymar para se manter no ataque contra o Chile - Buda Mendes/Getty Images
Mesmo com um a menos, Brasil usou talento de Neymar para se manter no ataque contra o Chile Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Colunista do UOL

02/07/2021 22h56

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Tite ensaia nos últimos jogos um esquema com dois volantes que fazem mais a contenção para que o seu meio-campo tenha a liberdade total para Neymar jogar solto à frente, mas ele normalmente esbarra em quem faz a parceria com o camisa 10. Hoje (2), na vitória por 1 a 0 contra o Chile, a estratégia parou em Roberto Firmino.

O jogador já vem de uma temporada bem abaixo no Liverpool e repete o fraco desempenho ao vestir a Amarelinha nessa janela de Eliminatórias e Copa América. E para que esse sistema funcione, é fundamental que quem faz a dupla com o jogador do PSG esteja em sintonia com ele. Hoje parou em Firmino, mas antes já tinha parado em Everton Ribeiro e até em Gabigol.

Quando o Brasil tem a bola, Neymar tem liberdade para atuar na intermediária, tabelar com Richarlison ou Gabriel Jesus que estão abertos, mas precisa sempre da referência para conseguir tabelar. Hoje, Firmino conseguiu fazer apenas um pivô e nada mais. Quando está sem a bola, o camisa 10 tem menos responsabilidade defensiva, o que também evita o desgaste. Tite sabe que é fundamental que seu melhor jogador esteja no melhor físico possível para poder ser o maestro.

Como o Chile colocou uma linha de 5 atrás, sem tabelas, sem triangulação, o jogo do Brasil para. Os atacantes até conseguem fazer um drible, mas logo em seguida precisariam passar por mais um, dois ou até três adversários dependendo da situação. Por isso, a solução de Tite foi tirar Firmino do jogo e colocar Lucas Paquetá.

O atleta do Lyon tem entrado bem quando precisa mudar a dinâmica do meio-campo, especialmente quando é para ser o segundo homem do setor. Hoje, na primeira bola que ele tocou, conseguiu tabelar com Neymar, contou com a colaboração da zaga adversária e conseguiu ficar cara a cara com Bravo para fazer o 1 a 0. Em um minuto, Paquetá fez o que Firmino não fez em 45.

Com a vitória parcial no placar, o Chile precisaria abandonar a retranca e daria, naturalmente, espaços para o Brasil. A questão é que quase no lance seguinte Gabriel Jesus deu uma voadora. No espírito olímpico, ele deu nocaute em Mena, foi justamente expulso e quase colocou tudo a perder. Richarlison precisaria voltar ainda mais para recompor e saiu exausto perto dos acréscimos. Lucas Paquetá teria mais responsabilidade na recomposição pela direita, o que deixaria Neymar mais isolado.

E aí foi assim o segundo tempo inteiro. O Chile tentando encontrar uma brecha no forte sistema defensivo do Brasil, com Neymar prendendo a bola lá na frente para sofrer faltas e tentar irritar os adversários. Deu certo. Mas é importante Tite encontrar uma solução para esse sistema. Lucas Paquetá, mais uma vez, se desenha como a alternativa mais promissora.

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