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Danilo Lavieri

REPORTAGEM

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Discurso de Caboclo no vestiário causa vergonha em atletas e comissão

Rogério Caboclo, presidente da CBF, causou constrangimento no vestiário - Lucas Figueiredo/CBF
Rogério Caboclo, presidente da CBF, causou constrangimento no vestiário Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colunista do UOL

05/06/2021 12h43Atualizada em 05/06/2021 19h39

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O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, segue se complicando na crise que começou com componentes políticos e se estendeu até o vestiário da seleção brasileira. Ontem (4), foi a vez de o dirigente causar constrangimento na delegação momentos antes de a bola rolar contra o Equador.

Aparentemente alcoolizado, ele tentou fazer um discurso para incentivar os atletas e não conseguiu nenhuma palavra em troca. De acordo com o que ouviu o blog, todos os envolvidos olhavam para o chão para evitar contato visual com o cartola. Ele chegou a forçar contato com apertos de mão e abraços e foi retribuído quase que por educação, inclusive horas antes do jogo no gramado do Beira-Rio, quando câmeras puderam captar alguns momentos.

Como mostrou mais cedo o site "ge", o cartola participou da preleção, mas nem foi ao hotel em que o time estava concentrado por conta da denúncia de assédio sexual e moral que foi protocolada na Comissão de Ética da CBF por uma funcionária. O que mais incomodou é que ele fez todo o seu discurso como se nada disso estivesse acontecendo, tentando passar uma tranquilidade impossível de existir em uma situação como essa.

Além dos atletas e membros da comissão técnica, estavam no vestiário Clodoaldo, que foi tri na Copa de 1970 e é o chefe de delegação, Cafu, capitão do penta, além de Taffarel e Juninho, que também foram campeões do mundo e hoje são contratados da CBF. Gilberto Silva esteve no estádio, assistiu ao jogo de um camarote, mas não foi ao vestiário.

"Ele conseguiu piorar o que a gente achava que não ia piorar", foi o relato de uma das pessoas que estavam no discurso. "Já tínhamos ouvido falar sobre ele aparecer frequentemente alcoolizado, especialmente na sede da CBF, mas nunca tinha presenciado algo tão evidente no vestiário", completou outro ouvido pelo blog.

A reportagem tentou contato com Rogério Caboclo, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. O cartola afirmou por meio de seus advogados que vai provar a inocência no caso da denúncia de assédio, mas ainda tem outros problemas para enfrentar.

Ele perdeu a sustentação política na entidade e agora ainda enfrenta um eventual boicote do grupo de jogadores à Copa América, competição que ele trouxe para o Brasil com apoio do Governo Federal. Há uma promessa de manifestação coletiva de todo o grupo sobre o tema após a partida de terça-feira, contra o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa.