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Danilo Lavieri

Palmeiras: Anderson Barros avalia início de Abel e admite contratar mais

Anderson Barros, novo diretor de futebol do Palmeiras - Fabio Menotti/Ag. Palmeiras/Divulgação
Anderson Barros, novo diretor de futebol do Palmeiras Imagem: Fabio Menotti/Ag. Palmeiras/Divulgação

Colunista do UOL

11/11/2020 04h00

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Com o mercado para jogadores do exterior fechado, o Palmeiras mantém a aberta a possibilidade de novas contratações para reforçar o time agora comandado por Abel Ferreira.

Em entrevista ao blog, o diretor de futebol, Anderson Barros, explicou a estratégia da equipe nas contratações de Alan Empereur, de Benjamín Kuscevic e Breno e admitiu que ainda precisa de novos reforços para equilibrar o elenco.

Por fim, o dirigente ainda comentou sobre as possibilidades de retorno de Borja e Deyverson e descartou que Alejandro Guerra seja novamente aproveitado no Alviverde.

Confira a entrevista completa:

Danilo Lavieri: Vocês contrataram dois zagueiros com praticamente nenhum vazamento, fato raríssimo nos dias de hoje. A do Breno vazou nos últimos momentos. Como foram essas operações?
Anderson Barros:
É sempre importante para qualquer negociação o sigilo, mas em grandes clubes é sempre muito difícil. Na contratação desses dois atletas, tivemos muitos outros fatores que chamavam a atenção da imprensa além disso. Então a gente manteve isso de forma interna, concentrado só no futebol e no jurídico e conseguimos anunciar as operações quando ela estava definida. Isso é muito difícil porque normalmente são muitos setores que são envolvidos, né? Para contratar um jogador a gente passa pelo jurídico, financeiro, comissão, presidência... Mas neste caso fizemos diferente.

Contratar dois zagueiros era a prioridade da diretoria para equilibrar o elenco?
Anderson:
A gente já trabalhava o Kuscevic há um tempo, desde a época do Luxemburgo. Com o Abel, a gente comunicou que tinha essa negociação em fase final e seria complicador para nós termos que voltar na operação. E então ele deu o aval para continuar. A do Alan ele fez uma indicação, a gente pediu para o setor de análise de mercado, porque tudo passa pelo Lucas Oliveira, que é o responsável por emitir todos os nossos relatórios. Não abrimos mão das coisas passando por esse setor hoje em dia. E então entendemos os prós e contras para finalizar.

O Palmeiras tem uma carência na lateral esquerda, mas não houve contratação. A ideia é que o Alan seja uma opção para o setor?
Anderson:
O Alan (foto) é um zagueiro que joga pela esquerda e aumenta as possibilidades táticas da comissão técnica, mas ele não é um lateral. Não é ele que vem substituir as ausências que a gente vai ter na lateral. Nós tínhamos a projeção de usar o Lucas Esteves e aí definimos a liberação do Victor e do Diogo. Mas o Esteves, que ainda é uma esperança nossa, teve duas lesões seguidas. E as convocações do Viña deixaram isso ainda mais exposto. Se a gente encontrar um lateral esquerdo que possa vir a nos atender no mercado interno, não tem impeditivo. A gente acompanha o mercado nacional e sabemos que a gente precisa de algumas alternativas após acidentes como os do Felipe Melo e do Wesley.

Alan Emperuer, novo zagueiro do Palmeiras - Alessandro Sabattini/Getty Images - Alessandro Sabattini/Getty Images
Imagem: Alessandro Sabattini/Getty Images

Recentemente, o Palmeiras teve nomes como Cristian Borja e Vilasanti colocados como alvo. O que aconteceu nas negociações?
Anderson:
A gente segue aberto. Nos últimos dias, houve muita especulação. A gente procurou algumas alternativas. O próprio Mathías Villasanti, do Cerro Porteño e da seleção paraguaia, era uma opção. Ele joga de segundo volante ou de meia. Neste caso, a gente de fato fez uma proposta, mas não conseguimos chegar aos números que são factíveis e por isso não evoluiu. Nós sabemos que esse ano a gente fez um número reduzido de contratações. Até então, só tínhamos trazido Viña e Rony. Agora, a gente trouxe dois zagueiros por conta das mudanças que estamos promovendo.

Trazer de volta Deyverson e Borja foi uma opção considerada?
Anderson:
Foi muito mais especulação de torcedor. A gente definiu e temos que entender que caminhar em frente é fundamental. Toda vez que você retroceder algo que você já definiu pode ser um complicador. Ainda que a gente tivesse definido pela volta, teríamos que negociar, porque nesses casos específicos não temos cláusula de retorno, diferente do Angulo. Veja, nós tivemos uma redução significativa, com mais de 20 atletas que saíram entre vendas e empréstimos e até então só contratamos dois atletas. Nós sabemos que temos elenco reduzido. E ainda tivemos acidentes e temos atletas que servem seleções. E aí tivemos a crise pandêmica, que nos levou a uma situação de calendário que piorou tudo. Temos uma discussão para o futuro, mas não podemos perder quatro atletas para servir seleções nacionais. A gente é penalizado por fazer o trabalho correto. É uma discussão que nós, como clubes, temos que ter com a CBF.

Pela sua afirmação posso entender que também está descartado reutilizar o Guerra?
Anderson:
A gente tem praticamente mais um mês de contrato com ele e entendemos que vai ter um término de relação. Não tem porque a gente retornar a algo que definiu.

Diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, e o técnico Abel Ferreira  - Cesar Greco - Cesar Greco
Imagem: Cesar Greco

Mas você considera que o elenco está equilibrado?
Anderson:
A gente teve algumas interferências no planejamento. A principal delas é a crise e outra é o momento que vivemos de semanas atrás que culminou com a saída do Luxemburgo. Nós temos um plantel que a gente precisa encontrar equilíbrio. Eu sou profissional adepto de um número reduzido de atletas, porque na minha concepção te dá melhor condição de trabalhar. E precisamos buscar o equilíbrio, até pelo número de atletas das categorias de base que temos. É tudo um processo que não é imediato. Os resultados precisam ser imediatos, isso é natural em um clube como o Palmeiras, mas temos que entender os processos para atingirmos esse objetivo.

E como tem sido a relação com o Abel nesses primeiros dias?
Anderson:
São duas palavras essenciais: intensidade e compartilhamento. A intensidade que ele e a comissão colocam neste momento é muito boa. Não tem jeito, quanto mais a gente trabalha, mais resultados temos. Esse é o princípio que está nos norteando. É isso que tem sido para ele o grande segredo. Ele está buscando o máximo de informações para tomar decisões. Não é fácil. Ele chega na segunda-feira ao Brasil, tem jogo contra o Atlético-MG, depois pega um jogo eliminatório com o Red Bull e em seguida viaja para enfrentar o Vasco fora de casa. E agora ele tem sete desfalques para enfrentar o Ceará. O momento do futebol exige algumas atitudes diferentes. Eu mesmo falei agora para o Alan: 'cara, você precisa pegar o avião depois do jogo e estar aqui na terça'.

O quanto pesou o fato de Abel ter experiência com atletas jovens para decidir pelo nome dele?
Anderson:
É muito importante. Hoje em dia, você consegue buscar mais informações, ter dados e estatísticas para analisar um trabalho e entender o que você espera de um profissional. Você consegue entender os movimentos táticos, as manobras que ele faz no trabalho e ver cada particularidade. Ele tem essa ideia que hoje o Palmeiras necessita desse trabalho com jovens. Meu trabalho é fazer correções, mas a comissão tem a competência para fazer a transição e entender a relação dele com os outros atletas do elenco.