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Danilo Lavieri

Título com roteiro de filme do Palmeiras premia base, L. Adriano e Weverton

Luiz Adriano marca gol decisivo na final entre Palmeiras e Corinthians - Cesar Greco/Palmeiras
Luiz Adriano marca gol decisivo na final entre Palmeiras e Corinthians Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

Colunista do UOL

08/08/2020 18h56

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Mais do que uma vitória em cima do principal rival, o título do Palmeiras com um roteiro de cinema em cima do Corinthians neste sábado (8) significa uma chance de dar sequência em um início promissor de carreira de Patrick de Paula e Gabriel Menino. A taça é também um prêmio para Luiz Adriano, um dos melhores jogadores do time de Vanderlei Luxemburgo na volta do futebol, e para Weverton, que até hoje não é unanimidade no Palestra Itália.

O roteiro de filme, com pênalti aos 50 minutos, com a bola passando embaixo de Cássio em duas penalidades, com Patrick de Paula fazendo o gol do título... Nada disso significa que o Alviverde jogou um futebol de campeão, mas dá um ânimo para um time que lutava pelo fim de uma sequência incômoda contra seu principal rival.

Luiz Adriano sofreu nas últimas partidas com a falta de criatividade, mas sua movimentação à frente deixa claro que ele sabe como jogar sendo a referência de uma equipe. O jogador faz o "facão" como poucos no país hoje. O gol foi clássico de um camisa 9, com um pulo no meio dos zagueiros, com o queixo no peito, colocando a bola para quicar no gramado antes de estufar as redes. Um lance típico de um bom centroavante.

Criticado, ele chegou até a experimentar o banco. A questão é que, nas poucas vezes em que a bola chegava nele, Luiz Adriano precisava brigar com pelo menos dois zagueiros, como foi na primeira partida em Itaquera, quando ele precisava batalhar contra Gil e Danilo Avelar.

Depois de tanto sofrer com Borja, Deyverson e outros tantos que foram testados naquela posição, o Alviverde parece ter finalmente em quem confiar para jogar no comando do ataque. O que falta é quem possa colocar a bola nele.

E é aí que entram Patrick de Paula e Gabriel Menino. Promovidos das categorias de base como volantes, os dois mostraram polivalência e confiança de "gente grande". Com a vitalidade de garotos, eles conseguem ser essenciais na retomada de bola e dão qualidade na saída de bola. Em alguns lances, tamanha a tranquilidade, Patrick dava até calafrios no torcedor.

Eles foram a solução de Vanderlei Luxemburgo para a apatia das opções que ele tinha para camisa 10. Raphael Veiga, Lucas Lima, Gustavo Scarpa... Todos foram testados e não deram mostras de que poderiam assumir a posição e viraram opções entre os reservas.

A alternativa do treinador foi escalar um meio de campo sem nenhum armador clássico, mas com jogadores que conseguem jogar da intermediária defensiva até a ofensiva, sem perder o vigor. E tudo isso provavelmente iria por água abaixo em caso de uma nova derrota para o arquirrival. Resta saber se Ramires conseguirá segurar esse ritmo.

O prêmio ainda reforça o respeito que merece Weverton. Questionado após substituir Fernando Prass, o primeiro a conseguir superar a sombra de Marcos, o goleiro mostrou que tem condições de fazer história no Alviverde. Ele salvou a pele de Gustavo Gómez, que fazia uma partida irretocável até o último minuto, quando fez pênalti infantil em Jô.

A vitória ainda significa o fim de uma sequência incômoda para Maurício Galiotte que, antes dessa partida, tinha visto seu time vencer apenas duas das últimas 13 partidas. Não dá para dizer que a mudança nos bastidores foi decisiva para o triunfo, mas, certamente, fez parte de uma nova postura do Alviverde diante do seu principal rival histórico. Os que antes associavam o presidente ao "Paulistinha de 2018" agora também vão precisar lembrar do título de 2020 da pandemia.