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Danilo Lavieri

Expulsão de Marinho é digna de multa e dá pistas do ambiente no Santos

Colunista do UOL

31/07/2020 04h00

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A expulsão de Marinho no jogo de ontem (30) contra a Ponte Preta é digna de multa no salário. Em qualquer situação que fosse, no treino ou em um amistoso, a atitude já seria condenável. Deixar o braço no adversário de maneira infantil (como ele mesmo reconheceu em post no Instagram) em meio a um jogo de quartas de final do Paulistão, no primeiro tempo, com seu time à frente no placar só piora a situação do atacante.

Mesmo que o Santos se classificasse, inclusive, ele não poderia enfrentar o Palmeiras e seria um desfalque importantíssimo, porque futebol ele já mostrou que tem. Faltou cabeça.

O cartão vermelho dele, aliás, é diferente dos que tomaram Carlos Sánchez e Uribe nos jogos da primeira fase do Estadual disputados recentemente. No caso dos dois gringos, as expulsões foram decorrentes da falta de ritmo e da imprudência, respectivamente. Elas foram justas, mas não foram resultados de uma agressão deliberada, que foi o que fez Marinho.

Mas fica a questão: como o diretor senta à mesa com seu jogador para falar que vai tirar parte do salário como multa se o clube não está nem com os seus pagamentos em dia? Como poderia o presidente se reunir com o atleta para afirmar que aquilo que ele fez é inadmissível se os atletas se recusam a falar com José Carlos Peres?

No fim, as expulsões em sequência são mais um elemento que piora o já péssimo ambiente no Santos. Não de jogador com jogador ou de elenco com treinador. Mas ambiente de trabalho em geral. Um time que tem salários atrasados e com um presidente que não dialoga com o grupo e que cortou salários em meio a uma pandemia sem nem ao menos conversar - mesmo que virtualmente - com seus líderes para explicar a situação.

Um time que tem atletas como Everson e Sasha tentando a saída por meio da Justiça e outros como o próprio Marinho e Carlos Sánchez sendo oferecidos pelos seus empresários para rivais porque a situação na Vila Belmiro se tornou insustentável. É até injusto cobrar Jesualdo Ferreira por um trabalho melhor com todo esse contexto.