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Danilo Lavieri

Palmeiras quita pendências e acalma Gustavo Gómez em negociação

Colunista do UOL

21/07/2020 12h36

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O Palmeiras quitou as pendências financeiras que tinha com Gustavo Gómez. Em um depósito feito na última segunda-feira (20), apurou o blog com fontes ligadas ao jogador, o Alviverde pagou um valor não revelado por nenhuma das partes que estava em aberto com o zagueiro paraguaio.

O montante corresponde a parcelas que o time paulista renegociou ainda no ano passado com diversos atletas com o objetivo de melhorar o fluxo de caixa. Dudu, por exemplo, abriu mão do que tinha a receber para poder defender o Al-Duhail.

A medida, além de acalmar o atleta em meio ao imbróglio, tira a força do estafe do jogador caso haja a opção de buscar a saída do Palestra Itália por vias jurídicas. Só esse valor em aberto não seria o suficiente para uma vitória nos tribunais porque a renegociação contou com a anuência dos atletas, mas o pagamento foi feito de maneira emergencial para eliminar o máximo de argumentos a favor de Gustavo.

Como mostrou o blog, o Palmeiras entende que já chegou ao limite das negociações com o atleta e não pretende fazer novas concessões. O jogador pediu um reajuste acima do que estava previsto em contrato e também briga por uma cláusula que diz respeito ao câmbio.

No contrato original, o acordo foi assinado quando o euro valia perto de R$ 4,50. Hoje, com valorização da moeda durante a pandemia, ele vale perto dos R$ 6. Como é comum em contratos feitos com estrangeiros, há uma trava que protege o clube da flutuação cambial. Ela prevê a possibilidade - e não a obrigação - de uma renegociação com o atleta dependendo do contexto econômico do país e do clube.

O Alviverde já cedeu em relação à mudança cambial e diz que chegou no limite. O jogador, por sua vez, ainda entende que merece mais. Ele também não quer mais honrar com o acordo assinado por ele, advogados e agentes que diz que parte das luvas precisa ser repassada ao empresário André Cury como forma de comissão pela intermediação do negócio. Esse acordo foi amarrado ainda na gestão de Alexandre Mattos. O Palmeiras não topa renegociar esse item.

Coincidências com caso Rony incluem até advogado

Apesar da discussão, o Palmeiras se mantém tranquilo em relação ao desfecho da novela por se apoiar em um contrato de trabalho firmado com Gustavo Gómez até 2024, que dá segurança em relação aos direitos econômicos, mas não permite inscrição nas federações, o que fez o atleta ficar fora da primeira fase do Paulista. Esse argumento, aliás, foi o mesmo que fez a Fifa suspender Rony. As semelhanças com o caso do atacante suspenso se estendem até aos advogados envolvidos.

Breno Tannuri é advogado de Gustavo Gómez no processo de renegociação com o Palmeiras e também é representante do Albirex Niigata na ação contra Rony. Ou seja, se o paraguaio não topar o oferecido pelo time paulista e resolver deixar o clube pela Justiça, o advogado pode se ver em uma missão controversa.

Se agora ele argumenta para a Fifa e para a CAS (Corte Arbitral do Esporte) que o clube japonês está respaldado juridicamente por ter feito um contrato de trabalho não cumprido por Rony, no futuro, ele pode ir ao mesmo tribunal para afirmar que Gustavo Gómez não está irregular ao deixar o Palestra Itália sem cumprir um contrato de trabalho.