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Homenagem a Hélio Rubens é exemplar e rara no basquete brasileiro

Hélio Rubens, ex-jogador e técnico de basquete, com camisa que usou em Franca - Divulgação
Hélio Rubens, ex-jogador e técnico de basquete, com camisa que usou em Franca Imagem: Divulgação
Gustavinho Lima

07/01/2022 12h37

Os basqueteiros não tiram férias. As emoções das festas de fim de ano foram impulsionadas por alguns jogaços de bola.

O "velhinho" preparou um presente para o amante da bola laranja. Sim, o Papai Lebron James, aos 37 anos, superou Kobe Bryant e se tornou o maior cestinha na história do Natal, com 422 pontos.

Na pegada "esqueceram de mim", o armador Kemba Walker, do New York Knicks, que havia sido retirado na rotação do time pelo treinador Tom Thibodeau, voltou à cena e obteve nova oportunidade com a lesão do companheiro Derrick Rose. Anotou o primeiro triplo duplo (10 pontos, 10 rebotes e 12 assistências) da história dos Knicks nos jogos natalinos.

Aqui no Brasil, o Papai Noel chegou primeiro e quem distribuiu presentes para o torcedor francano, às vésperas do dia 25, foi Georginho de Paula. O explosivo armador entregou um expressivo triplo duplo, o segundo dele no campeonato nacional. Foram 18 pontos, 12 rebotes e 10 assistências na vitória do sobre Brasília por 87 a 79.

O Franca começou 2022 como terminou o ano anterior no NBB: invicto.

A equipe dirigida por Helinho Garcia segue na liderança e merece palmas. Ostentando o melhor ataque da competição, marca mais de 92 pontos por jogo e já venceu 15 seguidas.

E não é somente por esse motivo que devemos aplaudir a capital do basquete. A diretoria francana prepara uma homenagem para um dos maiores ídolos do basquetebol nacional. A camisa da lenda Hélio Rubens Garcia, pai de Helinho, vai ser aposentada em cerimônia no ginásio Pedrocão.

Em Franca, Hélio brilhou como jogador. Foram mais de 800 jogos em que anotou mais de 10 mil pontos. Conquistou 13 títulos e ainda ganhou duas medalhas de prata em Mundiais. Vestindo a camisa verde-amarela, jogou três Olimpíadas e faturou três medalhas em Mundiais.

Assumiu como treinador e conseguiu a proeza de seguir com a carreira vitoriosa. Abocanhou mais 14 troféus como comandante pelo time do interior de São Paulo. Dirigindo a seleção, levou o ouro do Pan de Winnipeg, no Canadá, em 1999, batendo o fortíssimo Estados Unidos na final.

Por essa longeva e bem-sucedida carreira, a camisa 8 será eterizada e não poderá ser mais utilizada no basquete francano.

Apesar de ser comum na NBA e uma maravilhosa atitude, no Brasil é apenas terceira camisa a ser retirada.

Wlamir Marques, para muitos o maior jogador de todos os tempos do basquete brasileiro, teve a número 5 aposentada pelo Corinthians. O diabo loiro é bicampeão mundial pela seleção, conquistou duas medalhas olímpicas e, vestindo o uniforme alvinegro, foi 18 vezes campeão. Além da camisa pendurada no teto, ele dá nome ao ginásio do Parque São Jorge.

A terceira regata teve que voltar da aposentadoria. A número 4 foi imortalizada em Bauru em homenagem ao norte-americano Larry Taylor, que jogou por sete temporadas e se despedia do Dragão após quatro títulos, três deles internacionais.

O alienígena, como é carinhosamente chamado, ainda disputou os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, como brasileiro.

Depois de uma passagem vitoriosa em Mogi das Cruzes, retornou para casa e tirou a camisa do teto para vestia-la novamente, trazendo uma esperança de troféus para a equipe dirigida pelo treinador Guerrinha.

Aos 40 anos, está Larry em seu 11º ano pelo Bauru, que briga por uma vaga no G4, é um dos principais pontuadores da atual temporada da Liga Nacional de Basquete, com médias de 16,7 pontos por jogo.

O basquete brasileiro tem que reconhecer seus ídolos com mais frequência. São muitos os craques que fizeram história em solo tupiniquim.

Além disso, em tempos de pandemia os protocolos têm sido exemplares. Testes de Covid obrigatórios em todas as partidas. Por aqui, não há Kyrie Irving e nem Novak Djokovic, todo mundo vacinado. É imprescindível a comprovação da vacina para jogar o NBB.

A qualidade do basquete melhora a cada ano e 2022 promete ser de muito equilíbrio no Novo Basquete Brasil.

Detentor das últimas duas taças, o Flamengo é o time a ser batido.

Eleito o melhor treinador da temporada e praticamente escolhido por aclamação para o cargo de técnico da seleção brasileira, Gustavo de Conti tem sido praticamente imbatível no clube da Gávea. À frente do elenco rubro negro, ganhou absolutamente tudo em 2021. Foram quatro troféus (Carioca, Copa Super 8, NBB e BCLA) com 50 vitórias e apenas 2 derrotas.

Com a manutenção da sua base vencedora como o excelente "monstrinho" Yago e o hexacampeão Olivinha, o "Deus da raça".

Tem um plantel profundo, contando com uma ótima mescla entre renomados estrangeiros e experientes brasileiros. É forte candidato ao título do NBB desse ano novamente e atualmente ocupa a vice-liderança da competição.

O São Paulo atualmente disputa a terceira posição com o Minas, e ambos são desafiantes à altura.

O time do Morumbi possui um elenco estrelar, com craques do peso de Marquinhos, Shamell, Elinho e Caboclo. Levou o Paulista na final contra Franca em 2021.

Todavia, o "big three" de Franca, com Georginho, Lucão Mariano e Lucas Dias, os últimos dois MVPs (melhores do campeonato) e o cestinha da Liga em 2021, ainda não perdeu desde então.

Com tanto jogador bom dentro de quadra, basta torcer e escolher o seu predileto e, em um futuro próximo, torcer para ver a camisa do seu ídolo ser hasteada em algum ginásio do Brasil.

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