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Fogaça: O ano acabou para o Grêmio

Renato durante o duelo contra o Flamengo: e agora? - Reuters/Sergio Moraes
Renato durante o duelo contra o Flamengo: e agora? Imagem: Reuters/Sergio Moraes
Gustavo Fogaça

24/10/2019 10h35

A derrota humilhante para o Flamengo colocou o Grêmio frente a frente com seus próprios problemas. Os vencedores sempre possuem um objetivo a ser alcançado. Os que perdem precisam se contentar com o que resta. Para o Tricolor gaúcho, 2019 acabou em outubro.

A classificação para a Libertadores 2020 é realmente improvável. Para começo de conversa, Grêmio precisa agora torcer pelo seu algoz: com o Flamengo campeão da Libertadores, o G6 do Brasileirão viraria G7. Seria a chance mais viável de garantir lugar na pré-Libertadores.

Fora isso, há uma montanha ENORME a ser escalada. O Grêmio disputará 33 pontos (11 jogos) e precisará conquistar 22 para terminar no G4 (digamos, 6 vitórias e 4 empates). Isso dá margem para perder apenas UMA partida até o final do Brasileirão.

Para atingir o G6, o Tricolor precisará 17 pontos (51% de aproveitamento), o que pode ser feito com 4 vitórias e 5 empates, por exemplo. Podendo perder até duas partidas no total. Bem mais viável, correto?

Seria, se o Grêmio dependesse APENAS dos seus resultados. Mas depende, principalmente, de que os times que estão à sua frente não alcancem o aproveitamento de pontos que precisam para classificar à Libertadores.

Com Flamengo e Palmeiras praticamente garantidos no G4, sobram duas vagas que devem ser disputadas entre Santos, São Paulo e Corinthians. Quem ficar de fora, disputará G6 com Internacional, Bahia e Grêmio.

Além desse cardápio de dificuldades, há o fator anímico. Renato precisará mostrar toda sua habilidade de gestor de grupo para que o elenco se recupere da paulada sofrida no Maracanã. Ainda mais que o modelo de jogo gremista demanda confiança e controle da bola.

E partindo da questão confiança anímica, há processos técnico e táticos do time que não funcionam mais há algum tempo. Ou que se tornaram extremamente irregulares. Como, por exemplo, a organização defensiva do coletivo ou alguns desempenhos individuais (André, Tardelli, Kannemann entre outros).

Juntar os cacos, lamber as feridas, recompor as tropas. Todos esses clichês do futebol cabem agora. Mas há algo inconteste e de difícil aceitação da torcida: mudanças serão necessárias para 2020. Afinal, o futebol, como a vida, é feito de ciclos. E tudo que começa um dia tem o seu fim.

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