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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Com título, Flamengo tira dois pesos dos ombros antes de Guayaquil

Gabigol, do Flamengo, posa com taça da Copa do Brasil após vitória sobre Corinthians - Marcelo Cortes/Flamengo
Gabigol, do Flamengo, posa com taça da Copa do Brasil após vitória sobre Corinthians Imagem: Marcelo Cortes/Flamengo

Colunista do UOL Esporte

20/10/2022 06h41

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O Flamengo sentiu demais a ausência do suspenso João Gomes e teve mais sorte que juízo no Maracanã lotado.

Marcar logo aos seis minutos, em bela jogada coletiva que terminou na assistência de Everton Ribeiro para Pedro, serviu para acalmar os ânimos e criar um clima positivo no estádio, mas faltou justamente a intensidade que o jovem meio-campista coloca no trabalho entre as intermediárias e, de novo, a eficiência nas finalizações das estrelas do ataque.

Ou o posicionamento correto de Gabigol, novamente impedido por centímetros no ataque que De Arrascaeta colocou nas redes. Seria o começo do fim de um Corinthians que trabalhava a bola, tentava acionar o lado esquerdo com Lucas Piton, a novidade na formação inicial, mas não fazia a bola chegar ao trio Renato Augusto-Yuri Alberto-Roger Guedes no mano com a defesa adversária.

Tanto que Vitor Pereira retomou o 4-2-3-1 habitual na volta do intervalo, com Adson no lugar de Piton, mas indo para o setor direito. Roger Guedes perdeu chance inacreditável. Arrascaeta perdeu na frente de Cássio. Bela assistência de Gabigol, que de novo apareceu impedido em novo gol anulado no rebote, desta vez de Everton Ribeiro.

O Flamengo perdeu o meio-campo com as substituições por necessidade de Dorival Júnior: Matheuzinho, de novo improvisado, na vaga de Vidal, que lutou, mas sofreu com tanto espaço para cobrir pela esquerda, e depois Fabrício Bruno no lugar de Thiago Maia, que jogou no sacrifício com problemas no joelho. David Luiz foi para o meio-campo.

As trocas de Vitor Pereira fizeram mais efeito, especialmente a entrada de Giuliano no lugar de Du Queiroz. O Corinthians empurrou o Flamengo para trás, cercou e, mesmo sem tanta efetividade, empatou com Giuliano em jogada pela esquerda, com toque de calcanhar de Fabio Santos que criou a confusão na área e a oportunidade cristalina que não foi desperdiçada.

No final, 62% de posse corintiana, além das 16 finalizações contra 11, sete a três no alvo. Se o Flamengo foi superior na Neo Química Arena, o domínio do Corinthians no Maracanã foi claro. Equilíbrio no saldo final dos 180 minutos, decisão nos pênaltis.

Cássio pegou a cobrança de Filipe Luís, Santos acertou menos os cantos que o goleiro adversário, porém foi feliz nos chutes de Fagner, no travessão, e Mateus Vital, que isolou. Rodinei foi frio e preciso na cobrança final. Um heroi improvável.

O título tira dois pesos dos ombros dos rubro-negros: primeiro acabou com a falta de títulos relevantes desde o Brasileiro de 2020. Um alívio para David Luiz, Pedro como titular, Dorival Júnior e outros que chegaram a partir de 2021. Eram muitos vices seguidos. Além disso, a Copa do Brasil era o troféu que faltava para a geração que está desde 2019.

A conquista também acaba com qualquer preocupação com o Brasileiro e será possível focar totalmente na final da Libertadores, em Guayaquil. Afinal, a vaga na fase de grupos da edição do ano que vem da competição sul-americana já está garantida.

É comemorar na quinta e, a partir de sexta, concentrar-se na solução de problemas para enfrentar o Athletico. Lições não faltaram na final muito mais difícil que o esperado, mas que terminou com o tetra do mata-mata nacional.

(Estatísticas: SofaScore)