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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mbappé acerta no "conteúdo", mas erra feio na forma de liderar o PSG

Lionel Messi, Neymar e Mbappé escutam instruções do técnico Christophe Galtier em treino do PSG no Japão - Koji Watanabe/Getty Images
Lionel Messi, Neymar e Mbappé escutam instruções do técnico Christophe Galtier em treino do PSG no Japão Imagem: Koji Watanabe/Getty Images

Colunista do UOL Esporte

19/08/2022 08h30

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O PSG tratou como questão de honra não perder Kylian Mbappé para o Real Madrid. Tanto na parte esportiva, para não ficar sem o atacante mais efetivo da equipe, quanto na institucional, reforçando o poder do projeto bilionário do Qatar.

Ofereceu dinheiro e influência ao talento francês e projetou uma "faxina" no elenco para torná-lo competitivo no que mais importa: as fases decisivas da Liga dos Campeões, obsessão do clube.

Só que não é fácil dispensar atletas com altos salários, multas astronômicas e contratos em vigor. Como é o caso de Neymar, que só não deixou Paris por falta de uma proposta concreta. E ainda ativou a cláusula de extensão do contrato até 2027.

O mundo sabe que o mais provável é que Neymar busque um "sprint" de rendimento até a Copa do Mundo e depois o seu desinteresse pelo esporte e pela profissão, já demonstrado inúmeras vezes em ações e palavras, o empurre para a acomodação no próprio clube francês ou em uma liga periférica, como a MLS, por exemplo,

Messi também deve se esforçar mais até o Mundial do Qatar e depois é difícil imaginá-lo tão focado assim, depois de tantos prêmios, títulos e longe de sua amada Barcelona. Sem contar a "panela" que já armou com todos que falam espanhol no elenco, característica da personalidade do argentino que incomoda Mbappé.

Ou seja, na parte importante da jornada 2022/23, o PSG só pode contar de fato com seu camisa sete para tentar novamente a Champions.

Por isso é normal o choque de interesses neste início de temporada. Messi e Neymar correndo por suas seleções e o atacante de 23 anos pensando também na Copa, mas principalmente no projeto de vida que assinou até 2025.

Este que escreve teria ido para o Real Madrid, sem pensar duas vezes. Mas a vida é feita de escolhas.

Mbappé tem escolhido mal o comportamento. De "dono" do time, impondo ser o cobrador de pênaltis, virando as costas e desistindo do ataque quando não recebe a bola, criando atritos desnecessários e queimando a própria imagem.

Quem consegue fazer com que Neymar pareça um profissional com senso coletivo precisa mesmo repensar suas atitudes.

Mbappé está certo no "conteúdo" e pensando lá na frente. A forma, porém, está totalmente equivocada e precisa de uma mudança de rota.