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Fortaleza se complica na Libertadores repetindo erros do Brasileiro
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Não faltou apoio da torcida no Castelão e até o gramado, antes péssimo, estava em condições mais razoáveis no empate por 1 a 1 entre Fortaleza e Estudiantes.
O Fortaleza também não negou entrega e coragem na ida das oitavas de final, em sua estreia na Libertadores, contra o tradicional Estudiantes. É sempre um time que procura se instalar no campo adversário e deixa 100% de esforço, mesmo com as dificuldades logísticas de uma equipe do Nordeste cruzando o Brasil, disputando cinco competições na temporada e ainda vivo em três.
O desafio era grande, mas o time argentino, comandado por Ricardo Zielinsky, passou por uma reformulação em relação à ótima campanha na fase de grupos do torneio continental. Perdeu o bom meia Pellegrini, fez contratações e, por precaução, o treinador fechou sua equipe num 5-4-1, que se transformava em 4-4-2 no ataque, com Castro e Zuqui alternando nos avanços para se aproximar do ídolo inesgotável Mauro Boselli.
Juan Pablo Vojvoda sabia da necessidade de construir alguma vantagem em casa e seu time atacou com a mobilidade de Pikachu partindo da ala direita, Juninho Capixaba abrindo o campo do lado oposto e Lucas Lima tentando articular para a dupla Romero-Moisés no habitual 3-4-1-2 do treinador argentino.
Mas o Fortaleza vem mostrando problemas crônicos que não comprometeram a campanha na fase de grupos e a mobilização para o clássico com o Ceará minimizou na Copa do Brasil. No Brasileiro, porém, em que pesa a regularidade na construção de resultados, a equipe vem pecando demais. Não por acaso voltou à lanterna com a derrota de virada para um mistão do Atlético no Mineirão, depois de abrir 2 a 0.
As ações ofensivas fluem, a equipe tem volume. Mas desperdiça muitas chances, como a que Moisés perdeu no primeiro tempo, depois de jogada individual em que chegou a driblar o goleiro Andújar. Com 59% de posse, finalizou dez vezes, mas apenas duas no alvo. O Estudiantes também concluiu uma dezena, porém quatro na direção da meta de Marcelo Boeck.
Falta contundência em momentos importantes. Pikachu faz o que pode, novamente é o destaque individual. Muitas vezes compensando a baixa intensidade de Lucas Lima. Ao menos na Libertadores, Silvio Romero mostra vocação para o gol. Fez o quarto dele na competição e abriu o placar.
Mas bastou Zielinsky dar companhia a Boselli com Leandro Díaz na vaga de Castro e um armador mais criativo pela esquerda - Rollheiser, contratado ao River Plate - na vaga de Zapiola, para o time argentino articular um bom ataque nas costas de Pikachu, efeito colateral da proposta ofensiva de Vojvoda, que Landazuri não conseguiu cobrir e o ala Más serviu Díaz para empatar.
Depois foi desespero e mais uma boa chance desperdiçada no final, por Igor Torres, que substituiu Romero e manteve a baixa efetividade do ataque. Um problema para a volta em La Plata.
Apesar da bravura do Fortaleza, e mesmo considerando que chegar ao mata-mata já é um lucro e uma eliminação, ainda que lamentada, daria um respiro no calendário, o favoritismo do Estudiantes, que já era grande, se ampliou com o 1 a 1 no Ceará. Mas o time de Vojvoda já mostrou poder de superação em outros momentos.
Só que não é fácil "virar a chave" do Brasileiro para outras competições. Os defeitos vão junto com as virtudes, ainda mais quando não há tempo para treinar e corrigir.
(Estatísticas: SofaScore)
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