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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Liverpool ganha Copa da Inglaterra sem pernas e craques, mas com alma

Kostas Tsimikas comemora após marcar o pênalti da vitória do Liverpool sobre o Chelsea na final da Copa da Inglaterra - Mike Hewitt/Getty Images
Kostas Tsimikas comemora após marcar o pênalti da vitória do Liverpool sobre o Chelsea na final da Copa da Inglaterra Imagem: Mike Hewitt/Getty Images

Colunista do UOL Esporte

14/05/2022 16h10

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O Liverpool entrou em campo para a final da Copa da Inglaterra em Wembley ciente de que os principais jogadores estão no limite físico de uma temporada que chegará aos 63 jogos, número máximo que pode alcançar uma equipe inglesa.

Por isso a intensidade máxima do time de Jürgen Klopp nos primeiros 15 minutos na tentativa de abrir o placar e administrar melhor o jogo. Quase conseguiu com Luis Díaz de novo "on fire" pela esquerda. Seria fundamental esse gol no início.

Porque do outro lado há um Chelsea campeão do mundo e ainda o atual vencedor da Champions. Sem Havertz, destaque da equipe na temporada, mas com Lukaku dando trabalho a Konaté e Van Dijk e, principalmente, achando espaços com Mason Mount e Pulisic às costas de Henderson, o substituto do lesionado Fabinho, pilar do meio-campo e uma das dúvidas para a final em Paris contra o Real Madrid.

Klopp ganhou mais duas dores de cabeça ao longo da partida: primeiro Salah, depois Van Dijk. Logo os craques, as peças que verdadeiramente fazem a diferença, mesmo considerando a importância de Thiago Alcântara e dos laterais Alexander-Arnold e Robertson.

Pois mesmo com tantas perdas importantes e claramente sem pernas, especialmente no tempo extra, em mais um empate sem gols em alto nível numa decisão de copa nacional entre Reds e Blues, o time resistiu a um rival também exaurido - com o peso adicional do Mundial de Clubes, disputado em fevereiro - e levou para nova decisão de pênaltis.

120 minutos de resistência, com 47% de posse e dez finalizações, sete a menos que o Chelsea. Mas acertou a trave duas vezes, com Robertson e Díaz em um sprint final no tempo normal, justamente para evitar a prorrogação. Ficou tudo para os pênaltis.

Azpilicueta cobrou na trave, Alisson pegou a cobrança de Mount. Salvando Mané, que perdeu o duelo mental com o compatriota Mendy, tentando mudar a forma de bater e parando no goleiro. Mas não foi vilão. Porque o reserva Tsimikas teve categoria e frieza na cobrança derradeira.

Mais um título para este time já histórico, com seis conquistas na Era Klopp. Que vai atrás da Champions, mas terá que correr contra o tempo para contar com time completo. A missão das quatro taças agora parece mesmo impossível, até pela necessidade de poupar e, principalmente, pela excelência do Manchester City na Premier League.

A única certeza é que o Liverpool vai correr e lutar até a última gota de suor, até o último sopro de fôlego. Em qualquer jogo. Um time que deve orgulhar seu torcedor. Porque é saturado de alma. É com ela, e nunca caminhando sozinho, que eles vão seguir na sanha por taças.

Já são duas. Uma deve escapar e sobrará a mais importante. O Real Madrid que se cuide.

(Estatísticas: SofaScore)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL