Topo

André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Liverpool une sorte e competência em temporada que pode ser histórica

Sadio Mane capricha na finalização e faz o terceiro gol do Liverpool na semifinal da Copa da Inglaterra contra o Manchester City - Justin Setterfield - The FA/The FA via Getty Images
Sadio Mane capricha na finalização e faz o terceiro gol do Liverpool na semifinal da Copa da Inglaterra contra o Manchester City Imagem: Justin Setterfield - The FA/The FA via Getty Images

Colunista do UOL Esporte

16/04/2022 13h46

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Manchester City conseguiu sobreviver como líder da Premier League e classificado para as semifinais da Liga dos Campeões em uma sequência cruel de duas partidas contra a "carne de pescoço" Atlético de Madri, comandado por Diego Simeone, nas quartas da Champions e uma "decisão" na liga contra o Liverpool no meio.

Tudo estourou na semifinal da Copa da Inglaterra. Eliminação para o Liverpool com a derrota por 3 a 2 em Wembley. Porque o time de Jürgen Klopp teve a felicidade de enfrentar o Benfica, grande "zebra" das quartas do torneio continental depois de eliminar o Ajax, e resolveu o confronto em Lisboa, com a vitória por 3 a 1.

Vantagem que permitiu rodar o elenco e diminuir a rotação depois de abrir 3 a 1 em Anfield e conceder dois gols no final que só valeram a honra dos encarnados. Enquanto o City dava chutões pra o alto, fazia cera e se esfolava para sobreviver no Wanda Metropolitano. Um autêntico duelo "de Libertadores".

Forçando Guardiola a rodar o elenco, incluindo Steffen no lugar de Ederson, e sentir desgaste e desentrosamento no primeiro tempo. A equipe de Klopp não perdoou, com a força de Konaté na bola parada e o "instinto assassino" de seus atacantes, que agora são cinco de altíssimo nível: Salah, Diáz, Jota, Firmino e Mané, que atuou mais centralizado e fez dois gols: o primeiro aproveitando falha grotesca de Steffen, que está longe de ter a qualidade de Ederson com os pés, e o segundo completando com estilo bela jogada coletiva.

Com 3 a 0 e ainda envolvido em outras duas frentes, o Liverpool pensou em descansar com a bola na volta do intervalo. Só que o primeiro tempo de 54% de posse e quatro finalizações, três nas redes do time vermelho, virou uma "briga de rua", com o City virando a posse para 53%, finalizando nove vezes contra sete, seis a quatro no alvo. Indo às redes com Grealish e Bernardo Silva e perdendo grandes chances com Gabriel Jesus e Fernandinho. Nos minutos finais, Firmino e Salah desperdiçaram contragolpes cristalinos.

No apito final, certeza de mais um jogaço. Mas o Liverpool, já campeão da Copa da Liga Inglesa, pode fazer uma temporada histórica. Encara o perigoso Villareal, que mandou o poderoso Bayern pra casa, na semifinal da Champions, mas é o óbvio favorito. Espera Chelsea ou Crystal Palace na decisão da Copa da Inglaterra e vai buscar o ponto a menos na liga, lembrando a histórica disputa de 2018/19. Com tabela mais complicada, porém muito vivo.

Porque tem um treinador que tira o máximo de seus jogadores e, desta vez, um elenco mais farto e disponível, sem tantas lesões sérias. Principalmente, um contexto mais favorável, que tirou pedras do caminho.

Do outro lado, o City vai conviver com a obsessão de Guardiola por mais um título de liga, já que os pontos corridos valorizam mais o trabalho do treinador, enquanto o clube respira e transpira Liga dos Campeões em busca do título inédito. E tem "apenas" o Real Madrid das 13 "orelhudas" pela frente.

Pode acabar sem nenhuma taça e ver o rival levantar todas. Basta um deslize que o Liverpool de Klopp passa atropelando, como foi no primeiro tempo em Wembley.Unindo sorte e competência.

(Estatisticas: SofaScore)