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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: É pecado dizer que o Fluminense hoje é o melhor time do país?

Luiz Henrique jogador do Fluminense comemora seu gol com Abel Braga técnico da sua equipe durante partida contra o Olimpia no estadio Engenhao pelo campeonato Copa Libertadores 2022. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/Thiago Ribeiro/AGIF
Luiz Henrique jogador do Fluminense comemora seu gol com Abel Braga técnico da sua equipe durante partida contra o Olimpia no estadio Engenhao pelo campeonato Copa Libertadores 2022. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF Imagem: Thiago Ribeiro/Thiago Ribeiro/AGIF

Colunista do UOL Esporte

10/03/2022 07h43

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Doze vitórias consecutivas. O time titular compete nos jogos mais importantes, o reserva proporciona momentos de espetáculo contra pequenos e até diante de Vasco e Botafogo.

O Fluminense venceu o Olimpia no Estádio Nílton Santos por 3 a 1 e está a um jogo de cumprir a meta, esportiva e financeira, de se classificar para a fase de grupos da Libertadores.

Começou intenso, com Felipe Melo como terceiro zagueiro para garantir superioridade numérica contra a dupla de ataque dos paraguaios, e abriu o placar com Cano.

Então veio a falha grotesca de Fabio na saída de bola que Derlis González aproveitou e recolocou o Olimpia no jogo. O Fluminense sofreu para criar espaços, até pelo problema de execução na fase ofensiva, que tinha Yago Felipe como apoio de Luiz Henrique e Calegari pela direita, mas isolava Cristiano do lado oposto, pela movimentação natural de Willian Bigode buscando o centro do ataque e a postura mais defensiva do volante André.

Luiz Henrique descomplicou com dribles e um golaço no primeiro minuto da segunda etapa. E Fabio se redimiu com cinco defesas, três importantes para garantir a vitória ratificada com mais um de Cano, quando o Flu já tinha Martinelli no lugar de Yago e Arias na vaga de Luiz Henrique, lesionado.

O Flu terminou com menos posse (48%), porém finalizou 20 vezes contra 11, 12 a nove de dentro da área, sete a seis no alvo. Jogo aberto, sem muito controle. A diferença foi a eficiência de Cano, que finalizou três vezes, todas na direção da meta de Gastón Oliveira e duas nas redes.

Triunfo importante, mas que nada garante. O jogo no Defensores Del Chaco será duro, como já foi no Rio de Janeiro. Mas o Fluminense vem encontrando soluções para os problemas que a temporada 2022 apresentou até aqui.

A sequência que pode igualar as históricas 13 vitórias em 1919 com mais três pontos contra o Boavista em Bacaxá, provavelmente com os reservas, não significa muita coisa pensando na temporada inteira. Sem dúvida, os adversários são mais fracos que os que esperam o Fluminense mais à frente.

Mas, ora bolas, nenhum outro time de Série A conseguiu o mesmo feito. E o Fluminense já encarou dois rivais que estarão no Brasileiro, mais três partidas de Libertadores. Não é pouco para quase um mês e meio de jogos.

Também não quer dizer que vai faturar alguma taça além da Guanabara. E o clube precisa, já que não ganha nada desde 2012, considerando que a Primeira Liga, conquista de 2016, hoje pode ser considerada um torneio experimental.

O time de Abel Braga pode ver o Flamengo ganhar o inédito tetra estadual. Também não está livre de uma virada do Olimpia em Assunção. Não há como prever o futuro, mas hoje é, sim, o melhor time do país. Acima de Palmeiras, Atlético Mineiro e Flamengo.

Não é fazer média, nem imediatismo. Apenas uma análise que se pretende justa ao olhar para a fotografia da temporada. Abel teve que queimar etapas e tornar o time competitivo rapidamente. Conseguiu e ainda faz o elenco rodar com qualidade.

Obrigação reconhecer os méritos, mesmo constatando que o mais provável é que não consiga competir até o final com os mais abastados.

Ou é pecado quando o seu time de coração não é o alvo dos elogios?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL