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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Raphinha, Coutinho e Antony aproveitam a 'carne assada' no Mineirão

Raphinha comemora gol do Brasil contra o Paraguai - Lucas Figueiredo/CBF
Raphinha comemora gol do Brasil contra o Paraguai Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colunista do UOL Esporte

01/02/2022 23h42

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A previsão do jogo no Mineirão contra o Paraguai era tão tranquila que Tite resolveu testar Lucas Paquetá e Philippe Coutinho juntos no meio-campo e experimentar uma construção ofensiva em 3-2-5.

Alex Telles junto com Marquinhos e Thiago Silva mais atrás; Daniel Alves por dentro, próximo de Fabinho. Raphinha e Vinicius Júnior bem abertos, apoiados pelos dois meias e Matheus Cunha circulando na referência do ataque.

Sem entrosamento, natural que houvesse problemas de sincronia. Ainda que os paraguaios deixassem espaços generosos entre as duas linhas de quatro atrás de Almirón e Carlos González. Principalmente na última linha, que quebrava com qualquer movimentação por dentro ou drible dos ponteiros.

Raphinha e Vinicius Júnior erravam e acertavam na mesma proporção. Em alguns momentos foram precisos em inversões longas, porém falhavam em um passe ou tomada de decisão simples, com companheiros mais próximos. Mas o saldo foi positivo.

Um pouco mais para o ponteiro do Leeds United. Não só pelo gol no primeiro tempo, mas porque acertou mais infiltrações em diagonal e entrou mais na área para finalizar. Inclusive concluindo na trave logo no início da segunda etapa, com assistência de Vinicius.

Como já ostenta os créditos de três gols e duas assistências em cinco partidas jogando desde o início, Raphinha parece na frente e praticamente garantido no grupo da Copa do Catar. Provavelmente como titular.

Já Coutinho tem a história do ciclo 2016/18 com Tite como credencial para compensar a queda de desempenho desde a chegada ao Barcelona. No Aston Villa, sob o comando de Gerrard, tem a confiança e uma pressão menor como aliadas. O carinho de Tite ajuda e a marcação frouxa dos paraguaios mais ainda.

Para marcar outro golaço com a camisa verde e amarela no Mineirão. Em 2016, um chute espetacular nos 3 a 0 sobre a Argentina, cortando da esquerda para dentro. Agora, recebendo às costas dos volantes e acertando bela finalização por cima do goleiro Antony Silva. Para encaminhar a goleada previsível.

Antony substituiu Vinicius e começou sua participação pela esquerda, usando a habilidosa perna esquerda para driblar e cruzar da linha de fundo. Quando Paquetá saiu para a entrada de Rodrygo, o ponteiro do Ajax foi para o lado direito. Setor em que costuma cortar para dentro e finalizar. Assim saiu outro belo gol, aumentando a festa da torcida mineira.

Mais substituições de Tite, Paraguai entregue e jogada trabalhada até o passe de Antony, assistência de Bruno Guimarães e o gol de Rodrygo para fechar os 4 a 0.

Destaque também para Marquinhos, com duas assistências nos primeiros gols e boa atuação coletiva, no geral. Não era nenhum teste tão forte, mesmo considerando a distância de Brasil e Argentina para os demais nas eliminatórias. O Paraguai é o vice-lanterna e sofreu um massacre de 77% de posse, 93% de efetividade nos passes, 22 finalizações, oito no alvo.

Mas a história mostra jogadores que aproveitaram jogos fáceis para garantir vagas na seleção em Copas do Mundo. Como Kléberson e Kaká em amistosos obscuros já em 2002, ou o garoto Ronaldo, consolidando aos 17 anos o lugar no grupo de Parreira em maio de 1994, marcando gol contra a Islândia na Ressacada.

Agora, Raphinha, Coutinho e Antony aproveitaram bem a "carne assada" em Belo Horizonte.

(Estatisticas: SofaScore)