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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Em Caxias, a dura constatação: é bobagem o Flamengo investir em time forte

Matheus Peixoto comemora golaço marcado pelo Juventude sobre o Flamengo  - Pedro H. Tesch/AGIF
Matheus Peixoto comemora golaço marcado pelo Juventude sobre o Flamengo Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

Colunista do UOL Esporte

27/06/2021 13h04

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O Flamengo entrou em campo no Alfredo Jaconi como o time com menos pontos perdidos do Brasileiro. Mesmo desfalcado de Isla, Everton Ribeiro, De Arrascaeta e Gabigol pela Copa América que não parou o calendário nacional. Com o risco de ficar sem Pedro na Olimpíada, pelo aliciamento da CBF na convocação.

Bicampeão brasileiro e time que mais investe no futebol brasileiro, é "premiado" pela competência com todos esses obstáculos. Mas não é o suficiente.

Ainda tem que se submeter a um gramado encharcado, impraticável para colocar em prática a técnica que devia ser protegida. Mas como cobrar do futebol que tem como mentalidade algumas "teses" bizarras, como "quero ver Guardiola comandar um time pequeno". Ou "duvido o Messi dar show em gramado ruim e levando pancada"? Aqui um grande chef só seria considerado bom se conseguisse fazer um prato saboroso em uma cozinha suja, com equipamento precário...

O resultado foi um jogo lamentável em Caxias. Melancólico. Poderia ser evitado se o mandante se preocupasse em drenar, secar com o trabalho de funcionários nas partes mais prejudicadas. Mas a intenção sempre é nivelar por baixo.

Faltou inteligência para Matheuzinho no lance do gol de Matheus Peixoto. Outros jogadores também tentaram tocar rasteiro, com a bola parando nas poças. Diego prendeu demais a bola. Ceni acertou ao trocar ainda no primeiro tempo Michael por Rodrigo Muniz, se juntando a Pedro e Bruno Henrique indo para o lado esquerdo.

Mas simplesmente não havia como jogar futebol. Melhor para o Juventude, que administrou a vantagem. Com alguns sustos, como as finalizações de Bruno Henrique e Pedro no segundo tempo. Mas não havia como jogar.

Os principais concorrentes certamente vibrarão com os três pontos perdidos pelo grande favorito ao título. Mas todos deveriam refletir sobre a impressão que uma partida como essa causa na transmissão internacional do campeonato. Essa ode à mediocridade não acrescenta nada a ninguém. Não é acaso que o mundo não dê a mínima para a bola jogada por aqui.

Para o Flamengo, fica a dura constatação: é bobagem investir em time forte no Brasil.